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Enviada em: 01/11/2017

Na cidade de São Paulo-SP, em 2015, seis haitianos foram baleados por razões xenofóbicas (ódio do que é estrangeiro), uma vez que, segundo testemunhas, um dos atiradores esbravejou "haitianos, vocês roubam nossos empregos!", antes de efetuar os disparos. Casos de xenofobia estão aumentando em várias cidades brasileiras, de modo que se faz urgente debater sobre a recorrência desse tipo de violência no país.    Segundo a professora de sociologia Mariah Casséte, o medo gerado pela atual recessão econômica no país faz com que algumas pessoas imaginem que os estrangeiros irão tornar a competição por vagas de emprego muito mais árdua. Outra motivação, de acordo com a professora, diz respeito aos atentados terroristas, os quais colaboraram para a criação de um estereótipo negativo acerca dos árabes ou praticantes da religião muçulmana.     Nesse sentido, corroborando as afirmações da socióloga, constatou-se que, de 2014 para 2015, ocorreu um aumento de 633% nos casos de xenofobia no Brasil, conforme matéria publicada no site da revista Carta Capital, em agosto de 2017. Dentre as vítimas, os refugiados foram os principais alvos: haitianos (26.8%) e árabes/muçulmanos (15,45%). Tais dados deixam claro a incapacidade de muitos brasileiros em lidar com a diferença e desfrutar da riqueza oferecida pela diversidade, fato que é, no mínimo, contraditório, tendo em vista que a maior parte da população nacional é formada por descendentes de estrangeiros europeus, africanos e asiáticos.    Logo, o governo federal, tal como se fez recentemente no Canadá, deve elaborar, por intermédio da ação conjunto dos Ministérios da Justiça, do Trabalho e das Relações Exteriores, um programa nacional para acolher e integrar os imigrantes, oferecendo curso de português, capacitação para o trabalho, agilizar a tramitação burocrática para regularização de documentos e disponibilizar auxílio financeiro até que o imigrante tenha condições de se manter. Para a democracia, diversidade é sinônimo força.