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Enviada em: 26/10/2017

Cidadania Socrática       É incontestável que o contato com diferentes nacionalidades se fez presente durante a história do Brasil. Já em 1908, milhares de japoneses desembarcaram em terras tupiniquins em busca de emprego nas fazendas de café do oeste paulista. Porém, infelizmente, desdobramentos da atualidade como estigmatização e a impunidade estimulam a xenofobia, a  aversão à esse grupo.       Em primeira análise, é necessário destacar a visão etnocêntrica que desencadeia em atos xenofóbicos. Segundo o antropólogo estruturalista Claude Lévi-Strauss, o progresso é um jogo e a história humana é o resultado das apostas dos vários jogadores (que são as diversas culturas). No entanto, na atualidade se perdura o contrário dessa visão, o etnocentrismo - inferiorização de uma cultura em detrimento a sua. Esse errôneo pensamento, faz com que muitos imigrantes sejam subjugados à outras culturas, viabilizando o preconceito e repúdio descontrolado.        Sob outro ângulo, as falhas judiciais contribuem para complicar esse fato. Embora na legislação brasileira, a xenofobia é tipificada como crime, a sensação de impunidade é presente. De acordo com um levantamento da HuffPost Brasil, nos judiciários estaduais 3 estados tiveram casos xenofóbicos, mas nenhum réu fora condenado pela lei. Fato esse que evidencia como a xenofobia, de maneira lamentável, é ainda invisível aos olhos da justiça.       Mediante os fatos supracitados, fica claro portanto, a premência por soluções desse preconceito no coletivo. Por isso, é indispensável que o Estado, em especial o Supremo Tribunal de Justiça, garanta a efetividade quanto a punição dos infratores. Honrando assim, o Princípio Aristotélico de igualdade, ao tratar igualmente os iguais e desiguais na medida de sua desigualdade a fim da equidade mútua e combate da impunidade. Cabe a escola em parceria com Ministério da Educação, a instrução por palestras e práticas para incutir o respeito desde já nos pequenos no que tange a diversidade cultural. Ademais, a mídia pode com seu alcance propagandístico, divulgar campanhas que enalteçam a tolerância  e a pluralidade dos povos a fim de alcançar um sociedade mais empática. E finalmente, o indivíduo usufrua de uma cidadania plena, embasando-se na máxima de Sócrates: "Não sou ateniense, nem grego, mas sim cidadão do mundo."