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Enviada em: 27/10/2017

Desde o início da civilização, os seres humanos se deslocam de um lugar para outro em busca de melhores condições de vida. Nesse sentido, com a ascensão do capitalismo e o desenvolvimento do imperialismo, que provocaram inúmeros conflitos entre países e uma intensa desigualdade social ao redor do mundo, esse fato se tornou cada vez mais pertinente na sociedade. Entretanto, muitos são os empecilhos no processo de adaptação dos imigrantes, como a xenofobia, que entre outras consequências, causa o medo e o trauma.         Durante a Era Vargas, instalou-se no Brasil um sentimento ultranacionalista, o qual dizimou a vida de muitos estrangeiros, como a de Olga Benário, esposa do tenentista Luís Carlos Prestes, que foi assassinada, grávida, em uma câmara de gás, por ser judia e alemã. De forma mais suave e disfarçada, essa problemática ainda é recorrente no Brasil. A justificativa para tal afirmação é a enraizada e equivocada ideia de que os imigrantes são economicamente concorrentes dos nativos. Dados da Pesquisa Mundial de Valores expõem que 74% dos entrevistados defendem a exclusividade das vagas de emprego para os brasileiros. Além disso, a xenofobia está intimamente relacionada com outras intolerâncias, como religiosa, racial e de gênero.       Consoante a isso, uma parcela da população se utiliza de xingamentos, violência verbal e agressões físicas na tentativa de recriminar e afastar os alienígenas. Dessa forma, os estrangeiros, por se sentirem excluídos e rejeitados, além de viverem alarmados em relação a ameaças, podem desenvolver distúrbios psicológicos que ultrapassam o medo e o trauma, como a depressão e a síndrome do pânico. Nesse contexto, pode-se perceber que a sociedade não está preparada para a convivência com o diferente, ainda que este necessite dela. Em vista disso, é imprescritível que sejam realizadas campanhas conscientizadoras, a fim de mobilizar o contingente demográfico.        Conforme ideário kantiniano, o homem é o que a educação faz dele. Sendo assim, o Ministério da Educação, aliado aos meios de comunicação em massa, deve promover campanhas de conscientização sobre a xenofobia, a fim de que as pessoas possam compreender as dificuldades de um imigrante. Além disso, o Ministério do Trabalho deve articular medidas que visem a diminuição do índice de desemprego no Brasil, para que proporcionalmente seja diminuído o sentimento de egoísmo da sociedade. Outrossim, a Justiça deve buscar modos de amparar as vítimas dessa problemática, bem como tomar medidas profiláticas para esse tipo de intolerância, como a criação de uma lei de proteção ao estrangeiro. Dessa forma, o Brasil poderá ser mais justo e igualitário.