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Enviada em: 03/11/2017

A xenofobia pode ocorrer com a migração de estrangeiros, mas também com a migração entre regiões dentro do mesmo país. No Brasil, as estatísticas têm apresentado aumentos significativos nos últimos anos. De acordo com o Portal O Globo, em 2015, os relatos desse crime aumentaram 633%. Dessa forma, questões históricas e legais são as raízes desse mal.      No processo de formação da cultura brasileira, o nacionalismo, somado à ideia do regional, traz consequências ainda presentes. Como resultado dessa formação, o estrangeiro sofre discriminação no Brasil; o nordestino, no sul; e o do interior na capital. Isso fica evidenciado no episódio de agressão divulgado amplamente na mídia onde o refugiado sírio, Mohamed Ali, foi vítima. Dessa maneira, no limiar do século XXI, os pré-conceitos são contemporâneos.      Outrossim, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo fazem a cultura xenofóbica ter raízes solidificadas. No Brasil, quando há denúncia, o processo é demorado e, às vezes, gera impunidade, ressaltando a ideia de Gilberto Dimenstein, no livro “Cidadão de Papel”, que afirma que as leis brasileiras existem apenas na teoria e não na prática. Nesse sentido, a ineficácia legal contribui para o crescimento exponencial dos casos de discriminação.      Os constantes casos de xenofobia, portanto, ainda são uma realidade brasileira – fruto de sua história e legislação. É necessário que vítimas e espectadores desse crime sejam conscientizados por meio de palestras e debates públicos promovidos em escolas pelo Ministério de Educação para que a cultura xenofóbica não seja parte da história presente e futura. Além disso, cabe ao Poder Judiciário buscar eficiência no combate e punição de infratores e promover campanhas de combate à aversão a quem é de fora e estímulo à denúncia. Assim, os dados da pesquisa do Portal O Globo serão revertidos e tratados como passado não mais presente.