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Enviada em: 18/04/2018

O aborto, ao contrário de como é tratado hoje no Brasil, já foi aceito e visto como algo natural em civilizações antigas, inclusive por cristãos. Povos indígenas como exemplo, faziam o uso de algumas ervas para a prática abortiva, assim regulavam o número de filhos, porém, com o passar do tempo as mulheres foram perdendo o controle sobre seus próprios corpos e essa ação foi considerada crime e de certa forma pecado.   "Se todo aborto é um mal, a clandestinização do aborto é uma catástrofe" - Álvaro Cunhal, essa citação expressa a realidade enfrentada atualmente em nosso país, pesquisas apontam que 47 mil mulheres morrem todos os anos por complicações em procedimentos para a retirada do feto, que são realizados em clínicas clandestinas, sem o uso de equipamentos corretos e de higiene.   Haja vista que não exista um perfil exato para quem faz o uso desse ato, vemos que, na grande maioria, o fator social define e condena a mulher em questão. Mulheres pobres são as maiores vítimas desse sistema, ao contrário de outras com condições financeiras favoráveis  que desfrutam do trabalho de profissionais da saúde dentro de hospitais particulares. Já é de conhecimento que, grande parte dos métodos contraceptivos não possui 100% de eficácia e que muitas vezes pessoas mais simples não tem o acesso a informação e mostram ignorância no assunto.    A priori, os fatos mostram que há a realização deste meio, como sempre teve, com ou sem ratificação. Fica explicito que sua proibição não ajuda em nada, e sim piora a situação, países onde o aborto foi legalizado diminuíram suas taxas  praticamente pela metade, além disso o SUS - Sistema Único de Saúde - gasta muito dinheiro no tratamento de mulheres que passam por clinicas clandestinas, e com a sua legalização haveria grande economia para o Estado. O uso de anticoncepcionais e de outros meios nunca deve ser cortado, é melhor prevenir do que remediar, assim o aborto será utilizado em último caso.     Logo, cada um sabe o que é melhor para si, precisamos ter o livre arbítrio sobre nós mesmos, assim também evitaríamos o número de crianças abandonadas e em estado de miséria, precisamos não só pensar na vida do feto mas considerar as vidas de milhares de mulheres que morrem todos os anos nesses açougues. A legitimação do aborto até certo tempo de gravidez, a informação e obviamente, o cuidado pessoal é o único meio para o progresso desse infortúnio que tanto assombra a sociedade e sentencia o sexo feminino.