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Enviada em: 22/04/2018

´´Toda unanimidade é burra.´´ Assim como disse, em sua época, Nelson Rodrigues e trazendo sua máxima para a questão do aborto no Brasil, observa-se a ignorância de muitas pessoas ao acreditar que, só porque o aborto não é legalizado, ele não é realizado. Dessa forma, as clínicas clandestinas vêm ganhando mais espaço e colocando em risco a vida de milhares de mulheres que, por serem privadas do direito de escolha, acabam por recorrer a essas opções. Assim, é válido analisar as causas do problema para compreender suas consequências.    Em uma primeira análise, observa-se que, segundo o jornal Estadão, diariamente 4 mulheres morrem nos hospitais por complicações do aborto. Além disso, as gestantes de baixa renda são as que mais sofrem. Tal fato tem como o base que, mulheres com maior poder aquisitivo podem pagar por clínicas melhores e mais seguras ou, até mesmo, sair do país para realizar o aborto. Por outro lado, mulheres com baixa renda, por não terem outra opção, submetem-se a clínicas de péssima qualidade e sem uma estrutura básica ou a métodos caseiros, colocando em risco sua própria vida.      Deve-se abordar, ainda, que de acordo com o artigo 5º da Constituição Brasileira de 1988, todo brasileiro tem direito à liberdade. Assim, a vontade da mulher de prosseguir ou não com a gravidez deve ser respeitada e legalizada. Além disso, de acordo com a OMS, os países em que o aborto foi permitido diminuíram os números de interrupções da gravidez e de morte materna. No Uruguai, por exemplo, diminuiu em 20% os casos de aborto, aumentando, assim, o bem-estar da população feminina.     Dessa forma, medidas são necessárias para resolver o problema. Cabe, portanto, à Polícia Civil combater as clínicas clandestinas no país, multando-as e fechando-as, de forma que evitasse a morte de muitas mulheres que lá iriam. Além disso, cabe ao Supremo Tribunal Federal realizar uma emenda constitucional que considere a opinião de mulheres, que possuem autonomia sobre seu corpo, com o objetivo de garantir os direitos fundamentais de todos os cidadãos. Pois, como já dito pelo pacifista Gandhi,"o futuro depende daquilo que é feito no presente."