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Enviada em: 01/06/2018

É inevitável afirmar que métodos contraceptivos não auxiliam no processo de evitar uma possível gravidez, todavia, nenhum dos elementos são infalíveis, tendo uma pequena porcentagem de ineficácia.  Dessa forma, é de necessária importância inferir que a questão do aborto no cenário brasileiro não impera um contexto religioso, devendo ser tratado como um fator de saúde pública. Sendo assim, de essencial relevância destacar pontos como os fatores que impedem o processo de descriminalização do mesmo na legislação brasileira e o porquê do congresso se negar à considerar a escolha do sexo feminino perante seu próprio corpo.       Em primazia, vive-se em uma sociedade dominada pelo patriarcalismo, onde é esperado da mulher que a mesma seja submissa das vontades masculinas, o sexo feminino é julgado a partir do momento que uma escolhe não ter filhos. Abortos ocorrem no Brasil, negar sua existência é no mínimo ingenuidade, haja vista que, segundo o estadão, no Brasil 1 a cada 5 mulheres de quarenta anos já realizaram um aborto. Remete-se a um elevado número de mulheres, que são vítimas de um Estado regido e dominado por homens que negam-se a acreditar e apoiar o sexo feminino e suas decisões.Uma explicação razoável pelo porquê da mulher não poder realizar um aborto é justificado por vários fatores, todavia, destaca-se um: Mulheres não podem abortar porque são vistas como submissas à um sistema patriarcalista, pois homens "abortam"  a partir do momento que abandonam uma criança.         Dessa forma, é justo salientar que cerca de 90% dos parlamentares do congresso nacional são homens, logo, grande parte não compreende como a mulher é vista apenas como um mero objeto para reprodução, deixando às margens seus desejos. O aborto ocorre, a única diferença é que mulheres de classes mais altas vão em clínicas ilegais de ótimas qualidades, o que não ocorre com as mulheres periféricas, considerando-se que pela baixa renda, recorrem aos chamados "açougueiros", sendo vítimas de suas mãos. Mulheres morrem por não querer ser mães naquele momento, não trata-se de um bebê, e sim uma célula fecundada, milhares e milhares de células são mortas e repostas no indivíduo humano, preocupar-se mais com uma célula fecundada do que com a vida de uma mulher, mostrando-se cada vez mais o desprezo e a irrelevância da vida feminina.       Por meio dos fatores apresentados em questão, cabe ao movimento feminista continuar e motivar cada vez mais mulheres à lutar pelo seu direito de decidir com relação ao seu corpo e seu futuro, além de lutar por mais mulheres nas câmaras dos Deputados, fundamentando um meio legislativo e executivo mais representativo. Viabilizando assim, uma sociedade em que mulheres não sejam vistas como somente um objeto que gera vida.