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Enviada em: 24/06/2018

Muito se discute sobre o nascimento de Jesus Cristo, uma gravidez sem sexo. Fecundada pelo Espírito Santo, Maria, uma jovem simples e pura, geraria um ser humano que dividiria a história a partir de seu nascimento. Mas o que não ficou esclarecido, era se Maria, realmente estivesse apta a ser mãe. Como ela justificaria uma gravidez sem sexo? E depois de criar Jesus Cristo? Receberia, ela, algum mérito por contrariar os conceitos da biologia? Em muitas religiões, não. Maria não passara de uma mera mulher. Partindo desse conceito, é necessário uma reflexão sobre os proventos que a legalização do aborto traria ao Brasil, país onde os índices de morte por aborto são os mais altos entre o mundo.    A princípio, a ilicitude do aborto não previne sua prática, e sim, a torna insegura e fatal. Dados da  Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), de 2016 pelo Anis, mostram que 1 em cada 5 das mulheres entrevistadas abortarão pelo menos 1 vez até o fim do ciclo reprodutivo. Essa estatística nos mostra uma incoerência entre legislação e realidade, e, mais do que isso, que a proibição da prática é segregar o direito básico da saúde. Sem acompanhamento, garantia ou confiabilidade, milhares de mulheres vão a óbito por recorrerem à clínicas clandestinas, que não se preocupam com a saúde dos pacientes, e sim, com o capital envolvido. Por isso, legalizar o ato se faz imprescindível por oferecer melhores condições à saúde feminina.    Além disso, não há um debate sobre a saúde mental da mulher, a protagonista do caso. Conservadores defendem a tese de que abortar seria destruir uma vida inocente, no entanto, não há uma concepção exata sobre quando a vida começa dentro do útero. Tampouco, há apoio para mulheres que estão grávidas, ficando expostas à graves distúrbios psicológicos, causados pelo excesso de hormônios liberados durante o período gestativo. Ademais, ninguém se importa com a criança depois de nascida, e na maioria das vezes, essa criança passa por necessidades ou se envolve no crime. Sendo assim, o aborto se torna assunto de saúde pública, por envolver vários caráteres de enfermos.   É evidente, portanto, que a legalização do aborto é importante para que sua prática seja eficiente e segura, em um país que detém altos índices do ato. Para que essa realidade mude, além do Legislativo legalizar o ato, o Governo, e as escolas, devem disponibilizar profissionais da saúde em hospitais, e realizar palestras sobre métodos contraceptivos, para que a ação possa ser feita com segurança e sucesso, e ao mesmo tempo, evitar sua perpetuação, a fim de que não ocorram mais mortes e nem sua prática. As Ongs, devem aumentar a alcançabilidade de psicólogos gestativos, para que toda mulher tenha um acompanhamento necessário, diminuindo, assim, o número de distúrbios psicológicos durante a gestação. Talvez assim, o aborto deixaria de ser um problema para se tornar parte da história.