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Enviada em: 12/08/2018

A era da informação trouxe, juntamente com o fácil acesso a conteúdos, grandes debates entre grupos políticos de esquerda e direita. Entre esses debates tem-se a questão do aborto, enquanto o feminismo defende incansavelmente sua legalização, o conservadorismo apoia a criminalização. Entretanto, essa questão é maior do que uma guerra entre ideologias, é um assunto de saúde pública.      De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 22 milhões de abortos ilegais acontecem por ano, dos quais 47 mil mulheres acabam morrendo devido as condições insalubres do procedimento. No Brasil, o aborto é legalizado apenas em três casos: quando o feto é anencéfalo, apresenta risco de vida á mãe ou fecundação proveniente de estupro. Apesar de existirem diversos métodos contraceptivos, é comprovado que não existem nenhum que seja 100% eficaz.        A criminalização do aborto ceifa milhares de vidas por ano, a aprovação do projeto da lei que descriminalizará o aborto até a 12º semana de gestação trará mais segurança não apenas à gestante, mas também para quem realizará o procedimento. Argumentos baseados em senso comum e práticas religiosas não devem ser aceitos e perpetuados, sendo que o aborto é um caso sério de saúde pública.       Portanto, enquanto guerras ideológicas são travadas em seus campos de batalhas, mulheres continuam morrendo em clínicas de aborto clandestinas. São necessárias medidas que tragam segurança a gestante que queira interromper a sua gravidez, não apenas a descriminalizando o aborto, mas também oferecendo apoio e acompanhamento psicossocial para que haja um amparo psicológico antes e depois de tomada a decisão.