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Enviada em: 22/08/2018

É inegável que a questão do aborto no Brasil é um tema hodierno e polemicamente discutido entre a maior parte dos brasileiros envolvendo cientistas, religiosos, estudantes e, inclusive, o Congresso Nacional. No entanto, é possível salientar que esse assunto gerou divergências de opiniões entre pessoas que são a favor da vida e as que são favor da descriminalização e do processo seguro do aborto.  Em primeira análise, é verídico que o Sistema Legislativo Brasileiro prevê equipes de profissionais de saúde como: assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros e médicos para atender casos em que o aborto é legal (risco de vida materna, estupro e anencefalia). Portanto, essas equipes de fato não se formam, por motivos de perseguição, apedrejamento e ameaças por parte da população, resultando em mulheres gestantes que abortam em locais insalubres, sem a ajuda de profissionais especializados e correm risco de morte. Além disso, o Brasil é um país onde o nível de desigualdade econômica é elevado, aumentando ainda mais a incidência de mortes de mulheres que realizam o aborto clandestinamente por não possuírem condições psicológicas e renda para cuidar de uma criança em seu pró-nascimento.  Em segunda análise é indubitável que o Brasil sofre da falta de infraestrutura e investimentos em áreas de saúde e saneamento básico. Um exemplo disso são os problemas causados pelo Zika vírus que afetam gestantes, gerado pela incapacidade do Estado em controlar a proliferação dos mosquitos vetores do vírus. No ano de 2017, ações foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal para que fosse discutida a descriminalização do aborto de gestantes contaminadas pelo Zika, pois metade das gestações leva a desfechos adversos como alterações neurológicas ou morte fetal. Além disso, o Estado não fornece ajuda ou garantia de boas condições de saúde da criança com microcefalia após seu nascimento, resultando em sua morte em poucos dias de vida e, ainda, interfere na saúde mental e psicológica da mãe.   Portanto, é preciso que hospitais que conseguirem a legalização, realizem diversas medidas de atendimento às gestantes como: consultas com psicólogos e médicos, não permitir que o procedimento abortivo seja realizado no mesmo dia e as conscientizem dos métodos contraceptivos. Além disso, é preciso que o Estado invista em áreas da saúde e saneamento com o fim de controlar doenças que possam prejudicar mulheres grávidas e sua gestação e, para aquelas que decidirem parir filhos afetados pelas doenças, o governo deve garantir boas condições de saúde da criança através de cuidados posteriores para que, dessa forma, o índice de mortes pelo aborto clandestino seja atenuado.