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Enviada em: 27/08/2018

Desde o surgimento do Iluminismo na França,entende-se que uma sociedade só progride quando um indivíduo mobiliza-se com o problema do outro.No entanto,quando se observa a questão do aborto no Brasil,hodiernamente,verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria,mas não,desejavelmente,na prática.Se por um lado, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a qualquer indivíduo o direito à vida,por outro,a gravidez ,necessariamente,faz parte da vida da mulher.Com efeito,evidencia-se a necessidade de melhorias no sistema político e educacional do país.    Deve-se pontuar,de inicio,que a questão constitucional e sua aplicação estão entre as causas do problema.O filósofo grego Aristóteles propunha que a política deve ser utilizada de modo que,por meio da justiça , o equilíbrio seja alcançado na sociedade.De maneira análoga,é possível perceber que,no Brasil,a falta de amparo das leis aos mais pobres rompe essa harmonia,haja vista que a criminalização do aborto faz com que milhares de clínicas clandestinas de aborto no país, com bons profissionais e equipamentos, tenham um custo muito alto.Em suma,apenas mulheres com boa condição financeira poderão custear um abortamento seguro,evidenciando que o Estado não consegue impedir o aborto,mas faz com que as mulheres pobres não tenham um amparo e tratamento adequado.    Outrossim,em face de tantos impasses diante o problema do tema,ainda há  outro contexto para o seu agravamento.Sem dúvidas,a não conscientização social sobre os direitos das mulheres em relação a sua gravidez é um entrave para a atual situação do aborto no Brasil.Segundo Voltaire,filósofo iluminista francês,"educar mal um homem é dissipar capitais e preparar dores e perdas à sociedade".Nessa perspectiva,a melhor maneira de explicar sobre os direitos e deveres básicos de um adulto é instruí-lo desde a infância.Sendo assim,as escolas têm um papel fundamental na formação social do indivíduo,ao criar a ideia de que não existe um consenso na área da saúde sobre o momento em que um feto se torna uma pessoa,fazendo com que tal definição seja subjetiva.     Infere-se ,portanto, que a não descriminalização do aborto é uma atitude inaceitável e,como tal,deve ser sanada.Nesse sentido,cabem aos hospitais,com o apoio do Ministério da Saúde,prestarem serviços a qualquer gestante que solicite o aborto,através de simplificações nesse procedimento,como a sua liberação até doze semanas após a gravidez.Oferecendo,assim,recursos e segurança às mulheres pobres.Ademais,as escolas,com o apoio do MEC,devem instituir palestras,ministradas por médicos e psicólogos ,que discutam o combate à criminalização do aborto.Em consequência disso,o tecido social se desprenderia de certos tabus e a sociedade poderia cobrar ações do Estado ao reconhecer seus direitos,alcançando,na prática,o ideal iluminista.