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Enviada em: 01/09/2018

No Brasil, o aborto é considerado crime, salvo as exceções em casos de estupro e risco de vida da mãe, porém ele ocorre frequentemente no país clandestinamente, visto que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 850 mil mulheres realizam o procedimento ilegalmente no país. Desse modo percebe-se que a problemática é persistente. Comprova-se isso não só pelo tabu a cerca do tema, mas também pela ineficiência do Estado diante a situação.     Em primeiro lugar, a influência histórica cultural que a Igreja tem  na sociedade, principalmente, o modo como o tema aborto é tratado, corrobora para que a questão não seja discutida abertamente na esfera social. Convém lembrar ainda, que os princípios religiosos é um dos principais impasse nessa discussão, junto aos movimentos "próvida" que defendem a manutenção do aborto como crime no código penal.    Além disso, as mulheres pobres são as mais prejudicadas com essa situação, pois muitas vezes não tem acesso a informações e métodos contraceptivos e acabam optando por uma tentativa de aborto caseira, o que a coloca em risco de vida ou de ter sequelas no sistema reprodutor. O Estado tem papel fundamental nesse cenário, pois não só tem o poder de reverter os altos índices de abortos clandestinos, mas também de ofertar assistência psicossocial antes e pós  o procedimento médico.      É necessário, portanto, que o poder legislativo crie projetos de leis em âmbito federal a favor da legalização do aborto e a garantia de assistência psicológica as mulheres desse grupo, através de maior investimento no sistema de saúde pública. Ademais o Ministério da Saúde em parceria com os canais midiáticos, como televisão e rádio, deve investir em propagandas que tratem sobre o assunto de forma ampla, sobre os mitos e verdades a respeito do tema, para assim gerar a conscientização da população da importância de debater a descriminalização e de uma decisão laica por parte do Estado