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Enviada em: 04/09/2018

O Ser humano não é superior a nenhuma espécie existente no mundo, se tentarmos viver no mar, por exemplo, como qualquer animal marinho, morreríamos pois não temos habilidades fisiológicas que esses animais possuem, então, porque tirar a vida de um animal para alimentação ou qualquer outro fim é legal e a vida de um feto, que possivelmente sua mãe não tem condições psicológicas, físicas ou financeiras, é ilegal? A questão do aborto no Brasil vem sendo um assunto muito polêmico causando discórdias de ideologias, o que o brasileiro não tem ciência é de que a única pessoa que pode tomar essa decisão é a qual está passando pela situação. A segunda edição da Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) aponta que 20% das mulheres terão feito ao menos um aborto ilegal ao final da vida reprodutiva, ou seja, se a mulher quer praticar o aborto, seja ele legal ou não, ela vai praticar, seja através do uso do Cytotec, chás, ou mesmo a penetração de objetos cortantes, sendo totalmente um risco a saúde tanto da gestante, podendo ser fatal, quanto do feto que pode não morrer e vir ao mundo com sequelas. É válido ressaltar que mulheres que praticam o aborto clandestino sem a ajuda de um profissional, é porque geralmente não tem condições financeiras para ir a uma clínica abortiva, enquanto que mulheres com uma classe socioecônomica maior, tem a chance de pelo menos tomar a decisão sabendo que não correrá tantos riscos a sua saúde. Como dizia Jean Paul Sartre, a violência, independente de como for manifestada, será sempre uma derrota. O que vemos quando é debatido a legalização do aborto são pessoas, geralmente cristãs, violentando tanto psicologicamente quanto fisicamente mulheres que querem tomar uma atitude do que fazer com seu próprio corpo, alegando que é uma vida que está sendo submetida, que irão para inferno... Tudo o que uma gestante que está passando por esse momento tão delicado, não precisa escutar. Portanto, medidas serão necessárias para resolver o impasse. É importante que o Ministério da Saúde e da Educação entre em parceria com escolas, postos médicos, mídia e certifique que todas as informações para a prevenção de uma gravidez seja explicada para a população, que o uso de camisinhas é importante também para a prevenção de doenças e que a mesma é distribuída em postos de saúde para quem necessitar. Há também a necessidade da legalização do aborto escrito por lei, que mulheres que mesmo que não foram estupradas, corram riscos de saúde e o feto não seja anencefálico, possam optar em ter um filho ou não e, se não quiserem, que possam abortar em clínicas com estruturas ideais para o processo pois é sempre bom lembrar que a vida da mulher também tem valor.