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Enviada em: 04/09/2018

A questão do aborto no Brasil é um assunto controverso, visto que envolve vários aspectos da sociedade, como moral, religião, ciência, etc. Para pensar nessa temática, deve-se levar em consideração o número de abortos realizados clandestinamente, tornando abrangente a legalização do procedimento.       Como dito por Álvaro Cunhal: "Se todo o aborto é um mal, a clandestinação do aborto é uma catástrofe", exemplificando dados da OMS que afirmam que, a cada dois dias, uma mulher morre vítima de aborto clandestino no Brasil, totalizando mais de um 1 milhão de abortos anualmente. Tal prática torna-se nociva à saúde da mulher devido à ausência de apoio da rede pública de saúde, que não oferece suporte tanto psicológico, quanto estrutural, uma vez que não há locais e profissionais disponíveis para o procedimento.       É preciso, porém, reconhecer que mesmo se tratando de uma questão de saúde pública, permanecem muitos estigmas sociais, ideológico e religiosos acerca do tema, gerando preconceitos e julgamentos contra as mulheres que optam por realizar o aborto. Seria um erro, contudo, admitir que opiniões pessoais interfiram na liberdade de escolha de milhares de mulheres, assim como nos direitos sobre seus corpos e futuros.       Evidencia-se, portanto, que para reverter essa problemática, cabe ao Ministério da Saúde prover infraestrutura e suporte necessários às mulheres que escolherem realizar o procedimento, através de clínicas especializadas e profissionais qualificados, na perspectiva de garantir segurança e conforto. Mais do que realizar o aborto seguro e legal, é respeitar o direito e escolha de como prosseguir com a própria vida.