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Enviada em: 06/09/2018

“Lutar pela legalização do aborto é lutar pela saúde da mulher”. A música “Ventre Livre de Fato”, da rapper Luana Hansen, demonstra a necessidade de se prezar pela saúde feminina, no que se refere à questão do aborto. Todavia, contrário a essa premissa, um problema que persiste na realidade brasileira é o tabu da sociedade em relação à discussão sobre o aborto. Diante disso, o Estado negligencia o direito da mulher sobre o próprio corpo ao negar a legalização, causando o aumento de discursos machistas e culposos contra as mulheres. Nesse sentido, reverter esse quadro é essencial para haver a quebra de tabu sobre tal faceta.     Em primeiro lugar, é importante destacar que, em discussões políticas, os homens são os que mais se posicionam contra a legalização do aborto. Nesse contexto, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os homens compõem cerca de 85% da política brasileira, sendo assim, eles podem vetar projetos que se referem aos direitos das mulheres. Em verdade disso, houve o projeto na Câmera dos Deputados, contra a descriminalização do aborto, onde 18 deputados se colocaram contra, enquanto apenas uma mulher foi a favor, o caso foi divulgado pela revista El País. Logo, o que foi supracitado demonstra que tal cenário é prejudicial para a figura feminina no Brasil, porque os homens podem decidir sobre o corpo feminino e o Estado faz negligência disso.     Além disso, vale ressaltar que, discursos machistas sempre são vistos quanto ao aborto, aonde os mesmos sempre culpam a falta de prevenção da mulher. Dentro desse cenário, frases como: “fechem as pernas e não engravidarão”, “use camisinha sua...” e etc. são usadas todos os dias nas redes sociais. Prova disso é o blog de Nana Soares, uma educadora e feminista, que é atacado por discurso do ódio por defender a legalização do aborto, deixando bem claro que os homens querem decidir pelas mulheres. Sob esse aspecto, é essencial que, grandes formadores de senso crítico, como a escola, deve instigar essa discussão.    Fica claro, portanto, que a questão do aborto dever ser discutida e votada entre as mulheres. Para isso, é dever do Estado, estabelecer, por meio de acordos entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário que, determinados projetos envolvendo o direito das femininas, sejam votados apenas por mulheres, para que elas possam descriminalizar o aborto e acabar com a decisão dos homens sobre elas na sociedade brasileira. Somado a isso, cabe ao Ministério da Educação, promover nas escolas, seminários com os alunos, disseminando a necessidade de respeito com a mulher tanto no meio real quanto virtual, além de discutir sobre o aborto e os seus impactos na sociedade brasileira, para eliminar, assim, o possível desenvolvimento do machismo, discurso de ódio e o tabu contra o aborto no Brasil. Por fim, o Estado estará garantindo a saúde da mulher e a sua melhor representatividade política.