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Enviada em: 30/10/2018

O aborto é um assunto muito polêmico no mundo, pois há aqueles que são contra, outros são a favor, e alguns ainda não tem uma opinião formada. Diante disso, dados da OMS informam que mais de 20 milhões de mulheres morrem por conta dessa prática, causando preocupação entre brasileiros. Faz-se necessário, nesse sentido, discutir a sua criminalização, bem como buscar caminhos para amenizar esse caos na sociedade hodierna.    É simplismo da sociedade criminalizar o aborto como forma de conter o aumento dos seus casos. A proibição do ato, dessa forma, fomenta a existência de um ''mercado negro'' em que mulheres abortam sem qualquer segurança para a sua saúde. Essa realidade pode ser comprovada com o documentário ''Clandestinas'' o qual interpreta relatos de mulheres que interromperam a gravidez de maneira anônima. Nesse caminho, vale ressaltar a preservação do direito à vida dessas pessoas, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos, já que existe uma forte relação entre proibir o aborto e matar mulheres. Portanto, a manutenção da lei que o proíbe estimula, não raramente, a clandestinidade do ato e também o seu crescimento.    Tratar o aborto, entretanto, como uma questão de saúde pública seria uma alternativa para conter o seu avanço, uma vez que ele já acontece clandestinamente. Parafraseando  ''Ensaio sobre a cegueira'', de José Saramago, nesse contexto, a sociedade que não olha para tal prática como um problema de saúde da mulher está expressando apenas o seu interesse individual ao julgar incorreto o aborto sem considerar o risco de vida dessas vítimas. Desse modo, a cegueira moral da sociedade, em penalizar aquela que aborta, deve ser combatida, e apesar de haver soluções prévias para uma gravidez indesejada, a decisão, indiscutivelmente, deve ser da mulher, afinal, a vida dessas 20 milhões de vítimas supracitadas tem o seu valor. Por isso, defender a legalização do aborto não é favorecer a prática do mesmo, mas sim uma maneira de amenizar a penalização e o julgamento da mulher que não é acolhida por praticá-lo.    Destarte, para diminuir os casos de morte por aborto clandestino, é papel do Estado acolher a gestante, por meio de atendimento seguro e apoiado por profissionais de saúde em postos de saúde e hospitais, a fim de amparar e dialogar com empatia antes do procedimento, valorizando a vida da mesma. Ademais, cabe às empresas midiáticas reforçar propagandas de métodos contraceptivos e abortar o tema aborto, por meio das redes sociais com educadores, com o intuito de defender a sua legalização em casos extremos, como de estupro, desconstruindo o preconceito da sociedade às essas mulheres, trazendo, assim, uma discussão que mais busca soluções do que problematiza tal questão.