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Enviada em: 09/10/2018

O aborto no Uruguai é permitido em qualquer caso desde 2012. Já no Brasil, por ser julgado sob uma visão conservadora atrelada a valores religiosos, o aborto  é considerado crime, com algumas exceções. Entretanto, perpetuar tal visão, retarda um possível avanço no assunto, e coloca em risco a vida de muitas mulheres.       Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", o Brasil registra em média quatro mortes por dia de mulheres que buscam socorro nos hospitais por complicações do aborto. Portanto, ainda que ilegal, é significativo o número de mulheres que, por diversos motivos, escolhem abortar. Devido a ilegalidade, essas mulheres optam por métodos arriscados, como chás e comprimidos, ou ficam à mercê de clínicas clandestinas, que em muitos casos apresentam condições insalubres e não dispõem de acompanhamento médico necessário, colocando a vida e a saúde dessas mulheres em risco, com ressalva às poucas que têm condições de pagar uma clínica segura e qualificada ou até mesmo sair do país.             Contudo, o problema está longe de ser resolvido, pois o Brasil é um país que, por ainda carregar valores patriarcais e cristãos, negligencia o direito da mulher de tomar decisões em assuntos que dizem respeito exclusivamente à sua vida, e trata como crime o que deveria ser tratado como questão de saúde pública.       Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. O poder legislativo deve propor novas leis que regulamentem o aborto em todos os casos. O ministério da saúde deve propor e executar ações que tornem o procedimento do aborto seguro e acessível a todas, junto a campanhas midiáticas e palestras de conscientização sobre prevenção, e os riscos de uma gravidez interrompida de forma ilegal.