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Enviada em: 02/11/2017

A ilegalidade da prática de aborto no Brasil, não significa que as mulheres deixem de realiza-lo, o perfil da mulher que aborta, quebra todo o estereótipo de quem aborta é a mulher considerada promíscua, a mulher que aborta é casada, tem filhos, religião, pertence a todas as classe sociais e costuma carregar sozinha o peso de sua decisão. Desse modo, deve-se analisar o viés da criminalização e da clandestinidade.   A política da legalização do aborto envolve problemas morais, religiosos e sobretudo de saúde pública, a prática clandestina é uma das principais causas de mortalidade no país, do total de abortos ocorridos em 2015, 67% obtiveram complicações decorrente do procedimento feito clandestinamente. Ademais, a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que 47 mil mulheres morram todos os anos no mundo por complicações relacionadas a abortos clandestinos. Destarte, a criminalização é o principal fator que induz as mulheres para a clandestinidade.  Contudo, há uma oposição ferrenha ao aborto provinda da hierarquia da Igreja Católica, desde o pontificado de João Paulo II, o Vaticano equiparou o aborto a um genocídio e o apresenta como a máxima manifestação da denominada ''cultura da morte'', a argumentação principal é a de que, desde o momento da concepção, o ser concebido é uma pessoa.  Além disso, o recurso favorito dos chamados grupos ''pró vida'' é a acusação de '' assassinos'' tanto as gestantes que praticam o aborto, como aos que apoiam sua legalização.  Todavia, a criminalização do aborto não é a solução para a diminuição da prática, mas sim políticas públicas de planejamento familiar, acesso à saúde e informação, legalizar o aborto não é incentivar o aborto, o Estado deve reforçar campanhas de educação sexual, direitos sexuais e reprodutivos, fazendo com que assim, as mulheres não se sintam desamparadas e sejam obrigadas a arriscarem a própria vida. O aborto é um problema de saúde pública e a sua legalização é uma necessidade.