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Enviada em: 18/11/2017

Segundo dados da Pesquisa Nacional do Aborto de 2016, a maior parte das mulheres que o cometem estão em áreas urbanizadas, são alfabetizadas e de todas as classes sociais. Há uma polêmica constante sobre a liberação dessa prática, responsável hoje pela morte de quase 47 mil mulheres por ano no Brasil, como consequência de procedimentos ilegais para retirada do feto, permitidas apenas para vítimas de estupro.  Entre os motivos para a interrupção da gestão estão, sobretudo, a gravidez não programada, a ausência de condições financeiras e as dificuldades em se manter estudo e carreira profissional, competindo com a criação de um filho. Fica claro portanto, que grande parte dessas mulheres poderia ter evitado a gestação através de métodos contraceptivos, prática em desuso no país.  Embora cientes do risco à vida, essas pacientes encontram formas obscuras para retirada do feto, através de procedimentos de risco, feitos de forma clandestina que por vezes lhes tiram a vida. Algumas vezes, isso é feito em clínicas clandestinas sem os equipamentos adequados. Outras, com a aquisição de medicamentos que tem reações abortivas como efeito colateral para o organismo. Em ambos os casos, temos o alto risco de infecção ou complicações, muitas vezes irreversíveis e que podem levar à morte.  Assim como tantos problemas sociais, a questão do aborto pode ser amenizada através da educação. A formação escolar deve informar e motivar o uso de preservativos, explicitando as consequências da gravidez indesejada, tema que poderia ser ininterrupto na vida acadêmica. Contudo, a participação da iniciativa privada é importante abrangendo o fornecimento gratuito de preservativos de qualidade e o investimento em marketing motivador, com a mesma intensidade daquele usado para estimular o consumo dos seus produtos. Às famílias cabe o acompanhamento próximo do jovem, e o tratamento transparente. Assim será possível colocar na sociedade um cidadão consciente de suas responsabilidades.