Materiais:
Enviada em: 15/02/2018

No limiar do século XX, uma em cada cinco mulheres já recorreram ao aborto ilegal no Brasil,mostrando, dessa forma, que independente da legalidade, o aborto sempre irá ocorrer.No entanto, a questão social é um fator definitivo para o sucesso do abortamento.Se por um lado, a DUDH (Declaração Universal dos Direitos Humanos) garante a qualquer indivíduo o direito à vida, por outro, a gravidez e o parto  necessariamente fazem parte da vida das mulheres.        Mesmo que a DUDH garanta que toda pessoas tenham  direito à vida,não existe um consenso na área da saúde sobre o momento em que o feto se torna uma pessoa.Portanto, tal definição é muito subjetiva e varia de acordo com a construção social de determinados grupos.Sendo assim,esse tipo de pensamento pode ser motivado pelo fato de a população brasileiras ser majoritariamente religiosa.Um exemplo disso são as igrejas que adotam uma postura contrária aos métodos contraceptivos,como a camisinha.Essas proibições deixam o planejamento familiar quase impossível,provocando uma gravidez indesejável no futuro e consequentemente,o aborto,realizado escondido,muitas vezes, e contra a vontade da mulher, uma vez que esse ato vai contra a sua própria religião.        Contudo,diante de tantos impasses frente ao problema do tema,ainda há outro contexto para o agravamento do mesmo.Sem dúvidas, muitas pessoas não concordam que o aborto é uma decisão íntima da mulher independente do motivo,mas é indubitável que o aborto irá continuar ocorrendo com ou sem legalização.Ou seja, mesmo que a mulher não possa realizar o aborto nas condições legais e queira fazê-lo, ela pode optar por uma das milhares clínicas clandestinas que existem no país. No entanto, uma clínica com bons recursos e profissionais terá um custo financeiro muito alto, visto que não existe nenhum tipo de regulamentação e fiscalização.Por isso, cada clínica cobrará o quanto quiser e apenas as mulheres com boa condição financeira poderão custeá-las. Como resultado, as mulheres pobres têm grandes números de abortos mal sucedidos ,podendo provocar até suas mortes.       Infere-se,portanto, que a não legalização do aborto é uma atitude inaceitável, pois abre brechas para clínicas clandestinas, provocando a morte de muitas mulheres que não tem condições de pagar um local seguro e adequado para a retirada do feto. Cabem aos hospitais públicos,com o apoio e incentivo do Ministério da Saúde, prestar serviços a qualquer gestante que solicite o aborto, por meio de simplificações no procedimento de sua autorização , como,por exemplo,a liberação do aborto até 12 semanas após o início da gravidez.Oferecendo,dessa forma,a segurança e os recursos que a grávida precisa, diminuindo,assim, o número de mortes das gestantes por causa do abortamento e o número de clínicas clandestinas.