Materiais:
Enviada em: 26/02/2018

A liberdade sexual da mulher sempre foi questionada, na Idade Média, por exemplo, muitas foram perseguidas, consideradas bruxas e assassinadas. Com o passar dos anos pouca coisa mudou, somente no século XX surgiram movimentos feministas defendendo essa liberdade e com a descoberta da pílula anticoncepcional, as mulheres começaram a ter o direito sobre seu corpo. Mas quando o assunto é aborto, elas não tem o livre-arbítrio sobre seu corpo tendo que recorrer a clandestinidade. E o problema disso é o elevado índice de morte ou problemas graves de saúde decorridos desse ato.     Cabe a nós questionar se a proibição está violando o direito de escolha da mulher. O aborto por si só já é um procedimento invasivo que deixa marcas no corpo e no consciente, a maioria das mulheres que cometem esse ato não o fazem porque querem. Isso já foi dito por várias delas em entrevistas, o que elas mais precisam nesse momento é de apoio e não de julgamento. Recentemente uma brasileira teve que ir ao Uruguai para fazer um aborto em condições seguras, pois não tinha como manter mais uma criança e se o fizesse no Brasil corria o risco de ser presa. Além de passar por um momento delicado ainda é discriminada pela sociedade.     Diante dessa situação impor sanções é colocar a saúde da mulher em risco. Pois esta, por não ter a mesma oportunidade de ir a outro país para realizar o aborto com segurança, acaba recorrendo a clínicas clandestinas colocando sua vida em risco. Se por sorte sobreviver as altas taxas de mortalidade desse procedimento, pode ainda sofrer com problemas psíquicos devido ao trauma sofrido e a discriminação. A sociedade conservadora que é contra a legalização do aborto diz que se for liberado o número irá aumentar, mas em Portugal onde foi legalizado as taxas de aborto vem caindo devido ao número de programas de apoio a mulher. Portanto, é preciso tratar disso com um problema de saúde pública.     Dessa forma, fica claro que o aborto clandestino deve ser tratado como caso de saúde pública e deve-se revisar as leis, pois é a mulher quem tem que tomar as decisões sobre seu corpo. Em conjunto é preciso criar redes de apoio às mulheres, desde a adolescência ensinando como se proteger e em caso de gravidez indesejada e na vontade de realizar o aborto explicar os risco e consequências do procedimento. E se mesmo assim queira interromper a gravidez, o governo deve disponibilizar o serviço pelo SUS, garantindo assim que a saúde feminina seja preservada. Também é necessário a criação de campanhas midiáticas esclarecendo a população da importância do apoio de todos familiares e amigos em uma situação dessa. Com essas medidas é possível assegurar o direito da saúde à mulher.