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Enviada em: 07/04/2018

O aborto é a interrupção da gravidez de forma espontânea ou induzida. Tal temática traz debates éticos e religiosos na sociedade brasileira, podendo ser legalizado em casos específicos e isolados. Porém, ocorre rotineiramente sem o cuidado adequado para a saúde física e mental da mulher. Nesse contexto, é necessário que sejam criadas políticas públicas voltadas à saúde e educação, além da garantia de um procedimento seguro em situações extremas.     Em princípio, é importante pontuar que no Brasil existe a possibilidade de aborto nas situações de estupro, feto anencéfalo ou risco de morte para a gestante. Não obstante, acontecem procedimentos indevidos em clínicas clandestinas, os quais colocam a saúde da mãe em risco e não garantem apoio na sua recuperação física e psíquica. Diante disso, a OMS divulgou que são realizados 22 milhões de abortos por ano, sem estrutura adequada e sem legalidade. Eventualmente, no Brasil, a maior parcela que busca a interrupção são mulheres com condições financeiras precárias, sem base familiar, desempregadas ou menores de idade. Logo, é perceptível que o aborto é questão de saúde pública preventiva e é desencadeado pela carência educacional da população.     Em outro parâmetro, não deve existir a banalização do ato abortivo, mas uma análise profunda e fundada no conceito de garantia da vida desde a sua concepção. Com base nisso, o Uruguai legalizou o abortamento e conseguiu reduzir os casos de mortes maternas e o número de abortos. Analogamente, o Brasil estará preparado para tal transformação quando a saúde e educação forem prioridades, pois assim haverá conscientização e apoio à população em geral.     Percebe-se, portanto, que o aborto no Brasil precisa ser desmistificado e prevenido. Para isso, o Ministério da Educação deve implementar e subsidiar projetos nas escolas, cujas finalidades sejam palestras ministradas por psicólogos, visando a educação sexual entre os jovens, com diálogo aberto sobre as consequências da gravidez indesejada e a necessidade da prevenção, essa medida deve ser feita com trabalhos extra-classe e acompanhamento dos profissionais quanto ao desempenho dos alunos, assim, a gravidez será um ato planejado e estruturado. Ademais, o Ministério da saúde deve fornecer métodos contraceptivos gratuitos -pílula, diafragma, dispositivo intra-uterino- nos hospitais e postos de saúde, além de disponibilizar médicos, psicólogos e assistentes sociais para acompanhamento gestacional e psicológico, em busca de reverter o potencial aborto ou auxiliar em processos de adoção.