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Enviada em: 19/04/2018

O debate sobre o aborto ainda é envolvido por um tabu muito grande. De um lado pessoas contra ou por serem de grupos pró-vida ou por acharem que é fugir da consequência dos seus atos de outro os que são a favor ou por defenderem a ideia de que a mulher é do nossa do seu corpo e deve ter o direito de escolha ou por qualquer outro motivo. Porém a questão é que ele existe e que as muitas mulheres morrem em decorrência disso.   Ninguém em sã consciência é a favor de tirar uma vida, mas esse é um pensamento muito raso pois não leva em consideração a vida da mulher e/ou a vida que ambos (mulher e bebê) terão após essa gravidez. A sociedade de uma forma geral envolve no debate pesos religiosos e emocionais quando na verdade é simplesmente uma questão de saúde pública. Mulheres abortam e morrem por isso, principalmente as que não possuem boa condição financeira. O que traz uma ideia de que a vida não é a prioridade mas sim a hipocrisia de achar que quem aborta deve ser preso a não ser que eu conheça a pessoa. Ser a favor da legalização e/ou descriminalização não te obriga a abortar. Hoje no Brasil o aborto só em permitido em casos de riscos a vida da gestante e anencefalia do feto.   Aprofundando esse último ponto, corre no senado a PEC 181 que tem, entre outros, o objetivo de criminalizar também esses casos citados acima. Dessa forma faríamos parte do pequeno grupo de países no qual o aborto é ilegal sob quaisquer circunstâncias. É um enorme retrocesso, pois sendo uma gravidez de risco mãe e bebê podem morrer, duas vidas perdidas no lugar de uma, se for caso de estupro a pessoa foi violentada, o sexo sem consentimento e todo o trauma por sofrer isso, os fetos com anencefalia têm uma expectativa de vida extramente curta, podendo morrer ainda dentro do útero ou em poucas horas após parto ou no melhor dos casos em poucos meses. A justificativa é que são a favor da vida, mas onde esse cenário é vida?   Ninguém se importa tanto assim com a vida. A descriminalização não é uma banalização do aborto, é um direito a vida dessas mulheres. É de responsabilidade do Estado instruir, dar aulas de educação sexual, acompanhar a pessoas com vida sexual ativa, dar os anticoncepcionais, a camisinha. É responsabilidade de todos falar sobre sexo seguro, sobre aborto não de uma visão moralista mas de saúde pública. A descriminalização devem sim acontecer mas deve vir junto com as  responsabilidades já citadas, só assim seremos capazes de mudar com consciência do que é o aborto e do porque é importante.