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Enviada em: 15/04/2018

Desde o iluminismo,entende-se que uma sociedade só progride quando um se preocupa com o problema do outro.No entanto,quando se observa a questão do aborto no Brasil,hodiernamente,verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática insiste intrinsecamente ligada à realidade do país.Se por um lado,a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) garante a qualquer indivíduo o direito à vida,por outro,a gravidez e o parto necessariamente fazem parte da vida das mulheres.     Em primeiro lugar,é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema.Segundo o filósofo Aristóteles,"a política deve ser utilizada de modo que,por meio da justiça,o equilíbrio seja alcançado na sociedade".De maneira análoga,é possível perceber que,no Brasil, a falta do amparo das lei aos mais pobres rompe essa harmonia,visto que qualquer uma das milhares clínicas clandestinas de aborto no pais terão um custo financeiro muito alto.Como resultado da falta de regulamentação dessas clínicas,elas cobrarão o quanto quiserem e apenas as mulheres com alto poder aquisitivo poderão custear o abortamento seguro.Em suma,mesmo com a DUDH,o site Agência Brasil diz que o aborto é feito por diversas pessoas,porém poucas mulheres têm um tratamento adequado.   Contudo,diante de tantos impasses frente ao problema do tema,ainda há outro contexto para o agravamento do mesmo.Sem dúvidas, muitas pessoas não concordam que o aborto é uma decisão íntima da mulher.Contudo, mesmo que a DUDH garanta o direito à vida para qualquer pessoa,não existe um consenso na área da saúde sobre o momento em que o feto se torna uma pessoa.Portanto,tal definição é subjetiva e varia de acordo com a construção social de determinados grupos.Dessa forma,o significado de feto pode ser influenciado pelo fato de a população brasileira ser majoritariamente religiosa.Um exemplo disso são líderes religiosos que adotam posturas contrárias aos métodos contraceptivos,como a camisinha,tornando impossível o planejamento familiar.      Infere-se,portanto,que a criminalização do aborto é uma atitude inaceitável e como ter deve ser sanada.Cabe aos hospitais,com o apoio do Ministério da Saúde,prestarem serviços a qualquer gestante que solicite o aborto,através de simplificações nesse procedimento,como a sua até 12 semanas após a gravidez.Oferecendo,assim,recursos e segurança às mulheres pobres.Como já foi dito por Paulo Freire,"a educação muda as pessoas e essas mudam o mundo".Logo,as escolas,por meio do Ministério da Educação,devem instituir palestras ministradas por psicólogos e professores que discutam o combate à criminalização do aborto,a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras,assim como na alegoria da caverna de Platão.