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Enviada em: 20/02/2019

A carta de Pero Vaz de Caminha contava sobre a presença de um povo que, sob os olhares europeus de soberania, precisava ser civilizado: os índios. Estamos enganados se pensamos que não herdamos esse olhar. Nossos colonizadores fizeram o trabalho sujo do genocídio, mas nós contribuímos para que a questão indígena no Brasil se agravasse. Nesse contexto, evidencia-se a necessidade de promover os direitos sancionados dos povos indígenas.  Apesar da Constituição Cidadã de 1988 assegurar os direitos destes cidadãos, a situação atual ainda é alarmante, quando eles enfrentam conflitos agrários, preconceito étnico, pouco acesso à educação e desemprego. Muitos brasileiros os julgam como preguiçosos, assim como Mário de Andrade descreveu Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Esse preconceito tem raízes históricas e é notado com frequência na sociedade.  Decerto, os nativos não possuem seus direitos por completo, cabendo aos orgãos como a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o Ministério Público Federal (MPF) lutarem pela garantia da equidade, principalmente quando se trata da demarcação de Terras Indígenas. A demora para regularizar essas terras tem suas causas nos interesses da bancada ruralista, que pretende legalizar latifúndios e explorar economicamente esses territórios, em prol do agronegócio. Assim, é lamentável a problemática que os primitivos passam atualmente, sendo obrigados a migrarem para outras cidades em busca de empregos e melhores condições de vida.  Portanto, para que se reverta esse cenário, é necessária a atuação conjunta entre MPF e ONG's a fim de garantirem os direitos básicos negligenciados aos 240 povos indígenas que restaram no país. É preciso que o Poder Executivo demarque as terras e que a FUNAI fiscalize de forma eficaz a posse destas, penalizando os infratores que ocuparem ilegalmente. Bem como a escola tem a tarefa de quebrar estigmas e educar com base na diversidade étnica, rompendo assim o pensamento de 1500.