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Enviada em: 23/02/2019

Com uma sociedade baseada na coletividade e respeito à natureza, os indígenas foram os responsáveis pelo primeiro corpo social brasileiro há 40 mil anos atrás. No entanto, através do mercantilismo e a descoberta do Brasil pelos portugueses, os indígenas perderam seu espaço e direitos sociais e liberais, permanentes no pré-descobrimento, devido a exploração de trabalho imposta pelos europeus e o consequente genocídio em casos de resistência às injustiças públicas. Na dinâmica pós-moderna, o Poder Público garante leis fundamentais em respeito às propriedades e cultura indígena contribuinte para a formação instrutiva da comunidade brasileira. Todavia, os índios ainda encontram impasses para a inserção de sua população nas áreas educacionais, políticas e sociais.       Em primeiro plano, a aversão dos demais povos brasileiros aos indígenas está diretamente ligado ao sistema metodológico unilateral nas instituições educacionais, o qual aborda a história brasileira e a imagem do índio a partir da visão eurocêntrica. Na carta de Pero Vaz de Caminha, é possível perceber a incapacidade dos portugueses em entender o contexto histórico-social dos nativos da Terra de Vera Cruz, reduzindo-os, assim, às condições de selvagens. Sem uma abordagem baseada no relativismo cultural dentro das salas de aula, formam-se os ideais discriminatórios que visam os indígenas como seres inferiores aos de outras etnias. Logo, há a falsa perspectiva de uma comunidade tribal atrasada nas relações sociais e na comunicação, mesmo após a globalização.        Por conseguinte, os cidadãos não-indígenas restringem o acesso dos índios a educação e também, no mercado de trabalho. No contexto político-social, o Parlamento e latifundiários ameaçam os direitos fundamentais de descendentes dos povos primitivos à vida e à autonomia de suas reservas, garantidos pela Carta Magna, em razão da atividade econômica e dos lucros obtidos pelo agronegócio. A produção indígena tem caráter ambientalista, enquanto a produção dos latifúndios seja, prioritariamente, capitalista. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o desmatamento em Terras Indígenas cresceu 124% em um ano, isto se deve às ocupações ilegais dessas terras por Ruralistas e pela falta de fiscalização dos órgãos públicos, provocando assim, danos ambientais e sociais.      Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que as escolas promovam a formação de cidadãos que respeitem as diferentes etnias do povo brasileiro a partir da metodologia inclusiva baseada no Relativismo Cultural, que envolva a imagem do índio de acordo com seu contexto histórico-social, visando ampliar o contato igualitário de indígenas e não-indígenas comumente. Ademais, cabe ao Ministério da Justiça e a Fundação Nacional do Índio fiscalizem as áreas delimitadas aos indígenas a fim de garantir os direitos de vida, liberdade, segurança e autonomia do território aborígene brasileiro.