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Enviada em: 27/02/2019

Valorização e proteção       Pedro Álvares Cabral, em 1500, navegando pelo Atlântico, avista uma porção continental de terra: eis o "descobrimento do Brasil". E, também, o início da exploração sistemática dos povos que viviam no "novo" continente, denominados índios. Passaram-se mais de 500 anos, e apesar da conquista de alguns poucos direitos, os índios continuam sendo minorias políticas que não recebem a devida atenção do Estado. A falta de respaldo governamental abre espaço à exploração e à desvalorização da cultural indígena.       Na história brasileira, os índios sempre foram marginalizados. Isso ocorreu devido à processos sócio-históricos, pois, segundo o filósofo, da Escola de Frankfurt, Jurgen Habermas, as instituições sociais, responsáveis pelas leis e conduta da sociedade, são reflexo da cultura de uma maioria política vitoriosa por razões histórico-sociais, que deixa de lado a visão de minorias políticas, como a dos índios, de lado. Essa regulação excludente trouxe, e ainda traz, graves consequências ao povo indígena, que é alvo de interesse de gananciosos que desejam apossar-se das riquezas que suas terras possuem. Só nas últimas três décadas, de acordo com o relatório "Violência contra os Povos Indígenas no Brasil" de 2017, mais de mil índios foram assassinados por causa de conflitos por terra.       Além da exclusão social e da violência sofrida, os índios não são valorizados culturalmente. Apesar da luta de grandes ícones, como os irmãos Villas-Boas, sertanista que estudaram a vida indígena e incentivaram a criação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), para que os índios sejam reconhecidos e valorizados como patrimônio cultural, não há hoje, nas escolas, nenhum projeto, em âmbito nacional, que incentive tal valorização. Não se é divulgada a importância dos conhecimentos indígenas sobre a biodiversidade, e de sua cultura, uma das principais bases da sociedade brasileira.       Destarte, é de fundamental importância que o governo tome medidas que diminuam a exclusão e desvalorização sofridas pelos indígenas. No âmbito jurídico, com o intuito de cessar a violência e a exploração, o Estado deve garantir que o artigo 231 da Constituição Federal, que trata sobre a inviolabilidade e exclusividade do uso e exploração das demarcações de terras para os índios, seja cumprido,  aumentando a fiscalização por meio de adoção de novas tecnologias de sensoriamento remoto, e dando amplos poderes e condições para que a FUNAI atue, juntamente com a polícia federal, no combate aos exploradores. No educacional, o Ministério da Educação deve criar uma cartilha, de distribuição nacional, com roteiros de visitas à museus, criação de feiras temáticas, e realização de palestras, visando expandir o conhecimento cultural e crítico, para que o índio seja mais valorizado.