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Enviada em: 08/03/2019

Promulgada pela ONU após a Segunda Guerra Mundial, a Declaração Universal dos Direitos Humanos assegura a todos os indivíduos direitos básicos, como educação, cultura, saúde e bem-estar social. Conquanto, a realidade dos indígenas brasileiros não permite que essa parcela da população desfrute desse direito universal na prática, uma vez que as escolas ainda formam pessoas com a mentalidade europeia do século XVI, século de descobrimento do Brasil. Diante disto, a problemática deve ser resolvida para que uma sociedade mais integrada seja alcançada.       Em primeiro estudo, torna-se relevante a análise da abordagem que as escolas fazem da realidade dos índios, assim como, de seus hábitos culturais. Na obra Iracema de José de Alencar, os nativos eram vistos como figuras idílicas, belas e incorporadas à natureza. Desse modo, fixou-se no ideário tupiniquim uma inverdade sobre o modo de vida desses povos, tornando-os figuras folclóricas e distantes do ''mundo civilizado''. Por exemplo, no dia do índio pintam crianças e distribuem cocares, como forma de homenagem, porém, nota-se veladamente apropriação cultural e ignorância. Contudo, autóctones fazem parte da sociedade e, tal como, cidadãos integrados a cultura urbana merecem políticas públicas que os assistam e os considerem parte ativa da comunidade e não uma figura simbólica que um dia habitou este país.        Outrossim, além da apropriação cultural e mitificação, as poucas aglomerações aborígenes que perduraram em terras brasileiras sofrem com o descaso governamental. A bancada ruralista do Senado se mostra cruel ao expropriar milhares de nativos de suas terras para o desenvolvimentos da agricultura e pecuária. Ademais, a violência usada contra esses povos configura ferimento grave dos direitos humanos. Nesse cenário, infelizmente, os índios continuam sendo dizimados em razão do lucro, ora capitalista, outrora mercantilista. De certo, as raízes da colonização ecoam na contemporaneidade e os erros do passado são repetidos ainda hoje.        Entende-se, portanto, que medidas devem ser tomadas. O Ministério da Educação, com o fito de preservar a coletividade do corpo social, deverá implementar no ambiente escolar discussões acerca da realidade indígena, como também, falar sobre os problemas enfrentados. Tal ação poderá ser efetivada por meio de reportagens e palestras ministradas por especialistas. Dessa forma, a sociedade civil será integrada à realidade indígena, conscientizando-se. Além disso, o Ministério Público Federal deverá pressionar os órgãos relacionados ao meio ambiente, para que fiscalizem com maior cautela o respeito à demarcação das terras preservadas, assim como, restringir os privilégios da bancada ruralista. Dessa forma, os interesses particulares não se sobreporão aos interesses comuns.