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Enviada em: 04/07/2019

Destoante da realidade ideal, os indígenas, no Brasil, ainda enfrentam sérios problemas de vilipêndio à sua história, cultura e dignidade enquanto povo e indivíduo. Nesse sentido, boa parte do problema tem relação íntima e direta com a incapacidade da sociedade em perceber e valorizar o peso da significância do povo indígena para a criação da própria identidade do país. Além disso, existe um certo preconceito arraigado sobre a figura do índio que impossibilita certos avanços associados à cida-dania entregue a esses povos, já que ainda permanece sob estado de extrema dificuldade disponi-bilizar educação, segurança, saúde e oportunidades a eles.      Dentro dessa perspectiva, a falta de conhecimento histórico contribui invariavelmente para essa questão e influi negativamente sobre ela. Nesse viés, é relevante trazer à discussão a máxima do histo-riador francês March Bloch, segundo a qual "a ignorância do passado não se limita a prejudicar a com-preensão do presente, compromete, no presente, a própria ação", a fim de perceber que o desconheci-mento acerca da influência dos povos indígenas para a formação da imagem identitária do Brasil im-possibilita o avanço necessário ao respeito, inclusive, à dignidade humana, como preconizado pela Constituição Federal de 1988, já que do atual cenário é retirado de contexto os princípios isonômicos da democracia. Dessa maneira, é perceptível que esse cenário detrimentoso é resultado direto da ignorância dos indivíduos ante a figura do índio.      Outrossim, a ideia estereotipada sobre o que é ser índio --  preguiçoso, relaxado, dentre outros adjetivos-- interfere negativamente na questão. Nessa lógica, tudo perpassa pelo processo histórico de formação do país desde que as naus lusitanas atracaram nas costas da Ilha de Vera Cruz e os indíge-nas foram manipulados para se tornarem mão de obra fácil e barata para os portugueses exploradores e, na medida em que os verdadeiros donos das terras tomaram ciência da sua condição de semi-escravidão e se negaram aos ofícios exigidos, tiveram sua imagem denegrida ao  longo dos anos, perpetuando-se esses paradigmas até os tempos contemporâneos como reflexo da uma postura covar-de dos descobridores. Assim sendo, fica claro que as nuances dessa questão diz respeito a um proces-so de educação da sociedade e da necessidade de reeducá-la.      Destarte, a situação indígena no Brasil é de extrema dificuldade diante dos inúmeros desafios que precisam, logo, ser vencidos. Por isso, o  Estado,  na figura do Ministério  da Educação, deve promover nas escolas esse  proposta de reeducação dos preceitos enraizados acerca do povo indígena por meio da criação de espaços, nas instituições de ensino, voltado à necessidade de se debater e discutir acerca desse assunto como forma de transformar o imaginário coletivo no longo prazo.