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Enviada em: 05/03/2019

A história indígena no Brasil se configura de modo atribulado e repleto de preconceito. Passaram-se cinco séculos e os primeiros habitantes deste país ainda precisam lidar com as consequências da imposição de novas culturas e com a ganância humana. Apesar de termos conseguido a independência perante Portugal, ficaram arraigados nos - então, novos brasileiros - a soberania dos jesuítas, o mercenarismo das capitanias hereditárias e a perseguição a uma cultura que fundamenta boa parte do que chamamos de "país tropical".    Dentre esse universo de busca por direitos há um cenário de implantação de negócios como a pecuária extensiva e a agricultura de exportação, a exemplo da soja. Todos esses interesses concentrados na Amazônia Legal, composta, majoritariamente, por indígenas que vivem uma etnogênese. Ou seja, uma classe em expansão, que cresceu 205% em duas décadas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do censo 2010.    Diante dessas dificuldades de luta por território, fortalecimento da cultura e garantia de um futuro para as próximas gerações, surge a PEC 215. Uma Proposta de Emenda Constitucional que transfere para o Congresso Nacional a palavra final sobre as novas demarcações de terras e, por que não dizer, que pode instigar os conflitos armados nas regiões de interesse econômico. Em resposta a isso, percebe-se maior presença de índios nas candidaturas políticas, cujo crescimento foi de 59% nas eleições de 2018, de acordo com o INESC (Instituto de Estudos Socioeconômicos).    Levando em consideração o exposto acima, conclui-se que é lamentável ver a base da cultura brasileira em um contexto de genocídio. As terras indígenas equivalem a apenas 12,5% do território brasileiro, segundo o IBGE e, ainda assim, são alvo dos grandes latifundiários. Nesse sentido, uma alternativa seriam as cotas para índios na bancada do Legislativo, a fim de garantir direitos a essa etnia e dificultar o favorecimento àqueles que atuam através do capitalismo, em sua pior versão.