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Enviada em: 06/03/2019

A dizimação de índios no território brasileiro remete ao que o escritor Jean Baudrillard abordou em “À sombra das minorias silenciosas”, com a visão de uma sociedade irracional e segregada. Analogamente, a indiferença em torno da área humana estabelece limites nas relações entre os homens. Essa negligência social afeta, inclusive, a população nativa. É nesse viés que a questão indígena aponta os desvios comportamentais da sociedade nos atuais paradigmas do Brasil.       Em primeira análise, as causas da problemática podem ser observadas sob perspectivas sociais e humanas, tendo em vista que se tornaram reflexos da perpetuação do individualismo no tecido social brasileiro. É certo que há um grande número de ataques aos povos indígenas em decorrência da necessidade de expansão territorial exigida pelo agronegócio. Os grandes proprietários de terras agropecuárias, visando somente o lucro, invadem propriedades indígenas, expulsando os povos das tribos para utilização do espaço fundiário. Consequentemente, diante da resistência dos índios, a disputa gera violência e morte. Dessa forma, percebe-se, na área humana, uma falência de ideologias que confirmam a visão de Baudrillard.     Incontestavelmente, as disputas destacam como os indivíduos, de maneira inconsciente, são influenciados pela própria sociedade. Boa parte da população brasileira é preconceituosa com os povos indígenas devido às diferenças de hábitos e de costumes. Sob esse contexto, é certo declarar que a população brasileira apresenta uma completa inversão de valores. Além disso, são poucas pessoas que se solidarizam com a causa indígena, já que, além de possuírem modo de vida diferente, eles não contribuem para o desenvolvimento do país. Dessa maneira, ao analisar a questão indígena no Brasil contemporâneo, pode-se dizer que há uma relação de interdependência entre o indivíduo e a sociedade, como teorizada pelo sociólogo alemão Norbert Elias.       Fica evidente, portanto, que os preceitos elementares entre indivíduo e sociedade, assegurados pela teia de interdependência de Elias, devem ser explorados de forma que a população brasileira adquira novos valores de cidadania acerca de tribos indígenas. Nessa perspectiva, faz-se necessário que o Ministério da Educação –em parceria com instituições privadas- promova a criação de vídeos e de enquetes, por meio de plataformas digitais, com discussões e debates desenvolvidos por profissionais da área sobre a dizimação de povos indígenas, de forma que a Educação Social desperte a preocupação e o conhecimento da população, já que se observa uma alteração nos padrões sociais brasileiros. Afinal, segundo o autor norte-americano Skinner, a educação sobrevive mesmo quando todo o resto aprendido é esquecido.