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Enviada em: 23/08/2019

A carta escrita por Pero Vaz de Caminha em 1500, contava sobre a presença de um povo que, sob os olhares europeus, precisava ser civilizado: os índios. Desde então, esses povos brasileiros sofrem com a imposição da ideia civilizatória ainda presente na sociedade. Além disso, os povos indígenas enfrentam os desafios acerca da demarcação de suas terras, tomadas a maioria das vezes pela bancada ruralista do Brasil, para alocar suas atividades comerciais. Ademais, muitas aldeias reivindicam o acesso à políticas básicas, como a educação, questão fundamental para a melhoria da qualidade de vida desses povos. Logo, são necessárias medidas estatais, juntamente com empresas privadas, visando o enfrentamento da atual situação desses indivíduos.      Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), foram analisados 19 casos em 2017, no Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, atualmente, dois anos após, houve um aumento de 14 casos. Isso se deve porque os índios brasileiros enfrentam uma luta de tempo indeterminado com o Estado, devido à demarcação das terras indígenas. Com o avanço da bancada ruralista em defesa do agronegócio, o Parque do Xingu foi transformado em uma área de fazendas de soja em seu entorno, impedindo a habitação indígena. Tal episódio acaba dizimando essas tribos, forçando a migração de muitos para a cidade, gerando problemas sociais, como desemprego.     Outrossim, a omissão do Estado acerca de políticas básicas, como a educação, os prejudica excessivamente. Tais políticas envolvem uma infraestrutura adequada no âmbito escolar para esses povos, por exemplo, como garante a Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Com isso, aulas ocorrem em locais improvisados, como casas comunitárias ou emprestadas de professores e moradores da região, causando um impacto direto na qualidade de aprendizagem desses indivíduos.          Portanto, a questão indígena no Brasil contemporâneo é um assunto a ser debatido. Em virtude disso, o Estado deve fortalecer a Lei 6001/73, que garante o direito do índio às terras, através da fiscalização adequada em empresas do agronegócio, e da desocupação imediata de terras que não apresentarem regulamentação e permissão governamental para ocupar aquela região. Ademais, empresas privadas, como madeireiras, que atuam diretamente no local de morada desses indivíduos, devem contribuir através de doações, com a criação de escolas indígenas com uma infraestrutura adequada, para que esses povos possam usufruir do que lhes é de direito: a educação. Logo, o que foi escrito por Pero Vaz de Caminha, seria desmistificado.