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Enviada em: 02/05/2019

"Nos deram espelhos e vimos um mundo doente." O enredo da música "Índios", de Renato Russo, é um relato aborígene sobre a exploração do colonizador no século XV. De maneira análoga, a canção pode ser contextualizada hodiernamente, uma vez que a ausência de respeito às questões indígenas é recorrente no Brasil. Nesses termos, é imprescindível analisar essa mazela, não só por uma perspectiva histórica, mas também por uma análise social.        Decerto, a falta de respeito à diversidade étnica colabora para que haja uma rotulação das populações indígenas. Esse fato acontece porque a literatura romântica, por meio do eurocentrismo, contribuiu para formar o índio como herói nacional, já que a cultura e a tradição desses povos não foram abordadas, em decorrência disso esses costumes são desconhecidos e desvalorizados. Diante disso, o Manifesto Antropofágico, com a valorização da cultura nacional, tentou reverter o estereótipo imposto, entretanto não obteve sucesso, pois os nativos estão cada vez mais esquecidos e com os direitos questionados. Nessa óptica, pensar que a nação evoluirá diante dessa persistente desordem estrutural é uma visão ingênua e míope.              Outrossim, compreende-se que o impasse fica ainda mais perverso quando se explicitam as sequelas advindas da disputa por terras. Exemplo disso são os massacres em territórios indígenas os quais continuam a ameaçar a cultura e a vida desses povos. Nesse contexto, movimento, como o "Demarcação já", visam diminuir esses problemas, entretanto autoridades governamentais não debatem essa questão, de modo que a FUNAI está sob ameaça de dissolução. Logo, é preciso de uma intervenção imediata para que a história abordada na música citada seja apenas um relato histórico e não mais para caracterizar a permanência de adversidades vividas há seis séculos.                    Portanto, para que se alcance " Ordem e Progresso" - lema nacional- é preciso minimizar, quiçá erradicar, os impasses sofridos pela população indígena na contemporaneidade. Com isso, é urgente que estudantes universitários se mobilizem e exijam do Ministério Público maiores investimentos em áreas de proteção indígena, porque com a inclusão de toda a população é que irá conseguir uma sociedade justa. Essa empreitada social deve acontecer por intermédio de uma pauta no STF, mediante assembleias participativas, com a finalidade de expandir o conhecimento do tema dissertado.