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Enviada em: 03/06/2019

A colonização brasileira foi marcada pela exploração e segregação indígena. Os portugueses, acreditando em sua superioridade em relação aos povos nativos, os subjugaram, tomando suas terras e seus recursos. Apesar de séculos depois, o caráter de superioridade ainda não foi totalmente superado, visto que os povos indígenas enfrentam constantes lutas no atual cenário brasileiro, como a demarcação de terras e o preconceito étnico enraizado na sociedade.   Em primeiro lugar, é mister analisar a importância da demarcação de terras indígenas brasileiras. Com aproximadamente 305 etnias indígenas vivendo no Brasil, a demarcação territorial torna-se fundamental para a garantia de sua reprodução física, cultural e social. Contudo, tal direito constitucional é constantemente ameaçado pela expansão da fronteira agrícola. Segundo a pesquisa do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em 2017, foram detectados 20 conflitos por território, além de invasões de terras indígenas em 15 estados. Diante de tais dados, fica evidente que, embora assegurado por lei, o direito dos povos nativos sobre a terra não é efetivado com vigor.   Outrossim, a desinformação da população apresenta-se como outro fator que dificulta o reconhecimento positivo da comunidade indígena no Brasil. De acordo com o filósofo e educador Paulo Freire, é por meio da educação que as transformações sociais são propiciadas. Nesse viés, quando há ausência de abordagens mais aprofundadas sobre a história e a cultura indígena, visões estigmatizadas e ultrapassadas sobre os povos nativos são mantidas. Dessa maneira, tal falha educacional dá espaço à perpetuação do preconceito, contribuindo para a desvalorização da identidade indígena na sociedade.  Em face do exposto, são necessárias medidas que possam reverter à problemática. Sendo assim, urge que o Governo brasileiro agilize os processos de demarcação dos territórios indígenas, a fim de preservar sua identidade e garantir seus direitos. Juntamente a isso, a FUNAI deve fiscalizar de forma mais eficaz a posse dessas terras, com o objetivo de evitar invasões e práticas ilegais nessas áreas. Ademais, com o intuito de desconstruir estereótipos e preconceitos, cabe as escolas promover o ensino da história e da cultura indígena como parte integrante da grade curricular, por meio de aulas interativas com professores e com representantes de povos indígenas, propiciando sua valorização e espaço no meio social. Assim, garantindo a igualdade e o respeito aos povos nativos brasileiros.