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Enviada em: 06/04/2019

Sob uma perspectiva analítica, a dívida histórica com os indígenas é imensa e alarmante. Práticas de aculturação -- missões jesuítas -- e de caça e escravização -- bandeirismo -- ao índio, que remontam à colonização, deixam cicatrizes altamente visíveis na naçao brasileira. Com isso, é perceptível a necessidade de ajudar a preservar sua cultura e suas terras.   Segundo a Constituição Federal de 1988, as terras indígenas são patrimômio, ou seja, são inalienáveis e direito dos índios. Esse fato contrasta com a Constituição de 1824, na qual eles nem chegam a ser mencionados e mostra que a evolução da forma como o Estado enxerga o índigena é fruto de muita luta por visibilidade. Também é válido citar que, análoga a isso, a teoria do iluminista John Locke consta que o direito à vida, à liberdade e à propriedade são obrigatórios a todo e qualquer cidadão. Assim, suas terras transcendem de um papel físico e territorial para um símbolo cultural e social, que não se limita aos índios, mas está presente nas raízes da sociedade brasileira como um todo.   Além disso, apesar da importância da demarcação das terras, surge a necessidade de respeitar quem vive nelas. "Somos caluniados e discriminados dentro de nossas próprias terras", disse Joênia Wapixana, a primeira mulher indígena eleita deputada federal, representando a emergência de assegurá-los não só as terras, mas também sua qualidade de vida, condições para que possam garantir sua diversidade cultural e étnica. Esse "neobandeirismo" do século XXI não consiste em caçar os índios, mas é tão fatal quanto o ocorrido durante a colonização.   Portanto, é preciso que o Estado intervenha nos ataques contra os indígenas, por meio da intolerância à impunidade dos agressores e da especialização do monitoramento nas áreas demarcadas e nos municípios próximos, como por exemplo agências exclusivas para garantir a segurança dos índios, com o objetivo de diminuir os números de mortes. Ademais, as escolas devem realizar palestras educacionais e atividades lúdicas, como teatro e dança, que trabalhem com o conhecimento da cultura indígena e sua constante presença no cotidiano dos alunos, a fim de promover seu respeito. Dessa forma, será possível amenizar a dívida histórica e contruibuir para qualidade de vida dos índios.