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Enviada em: 25/04/2019

No início de 1500, a visão do colonizador sobre os indígenas era de assombro e preconceito baseado no etnocentrismo, exemplificado na carta Pero Vaz de Caminha. Em contrapartida, a primeira geração romântica tentou retratar o índio como herói nacional, usando sua figura de forma mística. Por esses e outros motivos, os indígenas, continuam a serem vistos de forma pejorativa, como consequência são marginalizados na sociedade, ou seja, excluídos da cidadania.       Nesse ínterim, esse descaso é perceptível quando se compara a população indígena ao longo dos anos. Quer dizer, de acordo com o IBGE, em 1500 havia cerca de 3 milhões de índios no território, dezessete anos depois, esse número foi reduzido para 5%, e atualmente, eles representam somente 0,4% dos brasileiros. Dessa forma, a análise de fatores, que contribuíram para essa redução drástica, apontam para a falta da posse de terras, pois para eles, esse pertencimento dignifica a vida. Ou seja, o genocídio indígena seria bastante atenuado se fosse garantido a esses povos o direito de viver de forma tradicional e natural, tal qual é assegurado na Constituição de 1988. Assim, como forma de protesto, vários artistas lançaram o documentário "#DemarcaçãoJá", no estilo de clipe musical, para alertar sobre a necessidade urgente das demarcações.       Outrossim, essa luta ganhou audiência mundial quando o ativista indígena brasileiro David Guarani discursou no palco principal do Lollapalooza - festival de música nos EUA - sobre a proteção à vida que os indígenas proporcionam ao terem suas áreas demarcadas. Por outro lado, o impacto da marginalização alcança outras esferas, a exemplificar, de acordo com o Ministério da Saúde, os índios possuem o maior índice de mortalidade infantil, e suicídio seis vezes maior que o restante da população brasileira. Analogamente, na educação portam números de alfabetização abaixo da média nacional, e vários dialetos extintos ou em processo de extinção, de acordo com o IBGE.       Portanto, é imprescindível, a atuação do Governo Federal, com o apoio do Ministério da Educação, em campanhas de vacinação e acompanhamento pré-natal, pós parto e familiar, tendo em vista a diminuição da mortalidade infantil. Ademais, deve agir, também, em consonância com o Ministério da Educação, de forma a abranger o ensino dos índios em seus próprios dialetos, por meio do incentivo à formação de professores indígenas. Paralelamente, é necessário, incentivar a reformulação do "Dia do Índio", junto à mídia televisiva, para que seja ensinado a verdadeira história desse povo, por intermédio de palestras em escolas, visitas à tribos ou museus, propagandas, com o uno objetivo de resgatar e preservar a memória ancestral do Brasil. Indubitavelmente, a população deve exigir do legislativo a eficiência na demarcação de terras, e a suspensão de projetos que querem paralisar essa distribuição.