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Enviada em: 21/04/2019

Os portugueses em seu contexto de expansão marítima, no século XVI, atracaram no litoral brasileiro. Pero Vaz de Caminha, em sua carta enviada a Portugal, com ar etnocentrista, descreve os que mais tarde seriam chamados de indígenas. A partir desse momento, iniciou-se o processo de colonização que propiciou prejuízos sociais e ambientais a tais povos e esses repetem-se no Brasil contemporâneo, cuja sociedade persiste em carregar o estigma do preconceito e exclusão com os índios.   Sob uma perspectiva histórica, o papel dos jesuítas no processo de aculturação indígena no quesito religioso é refletido na contemporaneidade, na qual a discriminação com as religiões de matriz aborígene é recorrente. O etnocentrismo europeu perpetuou o estigma do índio preguiçoso, ingênuo e desprovido de grandes capacidades cognitivas e isso repercute na exclusão social que esses povos, nos dias atuais, são vítimas. Cabe citar o Romantismo o qual idealizou os povos nativos baseados em moldes europeus. Logo, uma grande consequência de todo esse processo histórico é o desprezo e ausência de valorização à cultura indígena, a qual é tratada como irrelevante. Um exemplo são os variados idiomas nativos existentes que são vistos, pela maioria da sociedade, como meros dialetos e não recebem a devida importância, enquanto a língua oficial brasileira é o português.   É de suma importância salientar as adversidades ambientais as quais os índios enfrentam. Desde a época da colonização, eles foram expulsos de suas terras para essas darem lugar às monoculturas, pecuária e afins, tal situação desdobra-se no presente. Ainda que determinadas leis tenham dado aos nativos o direito de terem suas terras demarcadas e preservadas, a prática conta com muitas irregularidades, a exemplo da exploração ilegal de recursos nessas áreas, caça de animais silvestres e o desmatamento. Além disso, o agronegócio põe em risco as terras e vida desses, pelo fato da fronteira agropecuária estar atingindo territórios indígenas e, por conseguinte, os índices de violência e mortes de índios tendem a aumentar, tais casos recebem pouca importância e comoção das mídias e da sociedade, portanto, observa-se o quão presente ainda é a discriminação e invisibilidade desses povos.   Em virtude dos aspectos analisados, é necessário, portanto, que medidas sejam tomadas para resolucionar o impasse da questão indígena no Brasil contemporâneo. Cabe ao Poder Executivo e ao Legislativo, por meio de leis mais rígidas e ampla fiscalização ao agronegócio, impedir o avanço de tal às áreas destinadas aos indígenas. Outrossim, é papel do Ministério da Educação a desconstrução de tabus e valorização da cultura aborígene, por meio de debates e palestras em escolas e universidades ministrados por professores e indígenas, além de aulas específicas voltadas à vida desses povos. Desse modo, eles desfrutarão do respeito e reconhecimento os quais eles sempre foram privados.