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Enviada em: 04/05/2019

Em uma das fases do romantismo, movimento literário mundial que teve expressão marcante no Brasil no século XIX, ocorreu a exaltação da figura indígena como ícone de construção da identidade brasileira. No entanto, ao analisar a questão do índio e o desrespeito constitucional, corroborado pela negligência governamental e descaso cultural, fica clara a urgência de medidas que possam atenuar a situação desse povo.     Em primeiro plano, é importante ressaltar a omissão do Estado no amparo de comunidades indígenas. Embora o direito autóctone esteja garantido pela Constituição Brasileira, esses grupos não veem a legislação sendo aplicada na prática. Sob essa ótica, é perceptível que órgãos protetores como a FUNAI – Fundação Nacional do Índio – não têm sido preocupação do Governo Federal, haja vista que o envio de verbas destinadas a esse órgão indigenista permanece inexpressivo, de acordo com o jornal Correio Braziliense. Com isso, a demarcação de terras e o combate a violência ficam comprometidas e para que um país que deseja alçar a condição de desenvolvido é necessário que todos os povos sejam devidamente amparados.      De outra parte, pode-se analisar a inferiorização que o indígena sofre pela sociedade. Segundo o filósofo Zygmunt Bauman, na sua obra “Modernidade Líquida”, o individualismo é uma marca predominante nas relações interpessoais, o que motiva, muitas vezes, a falta de interesse e o consequente desrespeito, inclusive com essa parcela da população. Com efeito, a falta de reconhecimento dos povos originários e da cultura ancestral dos índios é uma realidade persistente que contribui para a desvalorização e a violação de seus direitos na prática.     Por conseguinte, fica evidente a problemática em torno da questão indígena e que ela precisa ser atenuada. Para isso, é necessário que o Estado, na figura do Ministério da Cultura, invista em mecanismos de controle e fiscalização de verbas, ao efetivar associações com ONGs engajadas na causa dos índios, a fim de consolidar a execução dos direitos indígenas. Além disso, é imprescindível que o Ministério da Educação promova palestras em escolas públicas e particulares acerca do legado e situação atual desses grupos, para que haja o reconhecimento da cultura desses grupos e de sua importância na constituição da nação brasileira, assim como acontecia no romantismo no século XIX.