Enviada em: 05/05/2019

A forma que a população indígena brasileira é vista e tratada na sociedade atual, parte do ideário construído desde o início do século XVI, quando os portugueses finalmente chegaram ao Brasil. Desde então começou um processo de tentativa de transformação cultural do índio em europeu, condenando as suas práticas religiosas e a forma de vida considerada selvagem pelos portugueses. Até os dias atuais o estereótipo criado na cabeça dos colonizadores há meio século atrás - embora não seja tão radical quanto naquela época - , ainda é responsável pela forma que os índios são vistos no Brasil do século XXI, tendo direitos desrespeitados e tratados como outra espécie de ser humano. De fato, as tradições indígenas precisam ser lembradas e preservadas, por essa razão, a forma de vida dessa população é considerada patrimônio imaterial da união, presente inclusive, na constituição federal de 88 (artigo 231). Porém, infelizmente, é bastante comum vermos grupos de interesse, como setores do agronegócio, reivindicarem partes do território indígena para a expansão de seus modelos de negócio, pois acreditam que a demarcação de terras indígenas é uma grande perda para a economia nacional. Esse desrespeito por parte dos grandes empresários e fazendeiros é responsável por assassinato de índios, invasão das terras indígenas e total destruição dos biomas, como recentemente aconteceu no desastre - ou crime - ambiental cometido pela empresa Vale em brumadinho levando à morte do rio Paraopeba prejudicando  aproximadamente vinte famílias indígenas da tribo Pataxó. Portanto, para garantir a preservação sociocultural da história e a vida do povo indígena, além de diminuir o desrespeito a essa parte da população, é necessário que o governo federal, através de concurso público aumente o efetivo de fiscais nas áreas demarcadas e, por meio de projetos de lei, torne a punição mais severa para empresas que desrespeitem os limites ou prejudique as áreas preservadas, visando coibir as tentativas de crimes contra os índios.