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Enviada em: 29/05/2019

“Quem me dera ao menos uma vez, como a mais bela tribo dos mais belos índios não ser atacados por ser inocente”. A música Índios da banda Legião urbana evidencia uma realidade presente no Brasil, a luta dos povos indígenas por visibilidade dos seus direitos. Nesse contexto, o preconceito social tal como, os confrontos por terras , demostra a necessidade de ações sócias que alterem o cenário vigente.       A priori, uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística, IBGE, demostrou que cerca de 36% da população indígena vive em centros urbanos. No entanto, a imagem estereotipada do índio devido ao processo de colonização do Brasil, em que os povos indígenas só existem em florestas, e o preconceito associado aos costumes culturais remetem à ignorância em relação aos direitos do povo indígena. Assim, a falta de valorização do índio e de sua cultura influencia negativamente para o prosseguimento desta situação de exclusão.       Ademais, de acordo com o relatório de pesquisa de violência, desde 2010 cerca de 310 indígenas foram assassinados por confrontos associados a demarcações de terra. Dessa forma, mesmo com as reservas asseguradas na Constituição de 1988, a aprovação da PEC 215, que transfere para o legislativo a conclusão sobre as demarcações de terra, dificulta a homologação de novas terras e consequentemente viola e desconsidera os direitos dos povos indígenas, que, por possuir baixa representatividade política, se torna vulnerável aos 38% que representa a bancada ruralista que apoia o agronegócio, por conseguinte o aumento dos conflitos.        Portanto, torna-se evidente a urgência de medidas que alterem o cenário vigente. Dessa maneira, cabe ao Ministério da Educação e a FUNAI, juntamente com historiadores, realizar palestras em escolas e centros culturais sobre a importância e valorização dos povos indígenas com o intuito de desconstruir o estereótipo do índio e viabilizar os seus direitos. Além disso, o governo em parceria com universidades podem realizar pesquisas em áreas de conflito, que associadas a documentos históricos facilitem e acelerem os processos de demarcações, assim será possível preservar a cultura indígena e devolver sua visibilidade perante a sociedade contemporânea.