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Enviada em: 17/08/2019

No século XIX, ocorreu, no Brasil, a primeira geração romântica, que se caracterizava pela valorização da natureza e do índio. No entanto, o cenário contemporâneo é antagônico ao anterior, pois há uma necessidade descontrolada de desenvolver o país de forma mais rápida possível, o que possibilita a falta de planejamento e, consequentemente, prejudica os indígenas. Nesse contexto, esses povos apresentam impasses provenientes da expansão da agropecuária e da fragilidade da demarcação de terras.   De início, vale salientar que a ampliação das áreas destinadas à agropecuária representa um problema para os indígenas. Nesse contexto, Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês, afirma que a sociedade atual vive os tempos "líquidos", definidos pelo imediatismo. Dessa forma, a falta de uma visão a longo prazo faz com que a preocupação com as consequências não seja levada em consideração. Nessa perspectiva, com o objetivo de obter mais lucro, as plantações, principalmente da soja, e a criação de gado são expandidas para regiões indígenas, o que acarreta o desmatamento nessas áreas e, como resultado, esses povos ficam necessitados de cestas básicas para sobreviverem, visto que perdem o seu meio de sustento.   Outrossim, a vulnerabilidade da demarcação de terras é um impasse para os indígenas. Sob tal ótica, de acordo com a Constituição Federal de 1988, essas áreas devem ser de posse e uso exclusivo dos povos nativos desses locais, em virtude da importância para a reprodução dos seus costumes, crenças e hábitos. Contudo, devido à falta de investimentos na fiscalização, os índios sofrem e, até mesmo, morrem com os constantes conflitos oriundos das invasões em suas regiões, que possuem como objetivo a utilização dos recursos naturais. Ademais, com a inserção de pessoas com novos hábitos nessas terras, a cultura dos povos nativos pode sofrer influência, o que implicaria a perda de um patrimônio brasileiro.   Fica claro, portanto, que é imperioso a execução de medidas para que os impasses aos indígenas sejam diminuídos. Destarte, a Fundação Nacional do Índio — FUNAI — deve assegurar a proteção das terras indígenas. Para isso, ela poderia, com a colaboração de instituições públicas e privadas, investir na elaboração de tecnologias que monitorem as fronteiras dessas áreas, em que seriam filmadas ou capturadas fotos de qualquer tentativa de invasão e, automaticamente, iriam ser enviadas para profissionais confiscarem. Por conseguinte, a agropecuária não desmataria em terras indígenas, pois as suas demarcações não seriam vulneráveis, o que proporciona aos brasileiros um retorno à visão que existia durante a primeira geração romântica.