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Enviada em: 03/06/2019

De acordo com Émile Durkheim, a interdependência social é como a solidariedade orgânica, na qual a unidade não é posta em causa já que o organismo deve operar em conjunto para o bem do todo. Por analogia, o descaso com os povos autóctones é algo que tolhe a plena vitalidade do corpo social brasileiro. Nesse viés, dois pontos não podem ser negligenciados: disputas territoriais e proteção legal.        Em primeiro lugar, a rivalidade entre ruralistas e índios por causa de terras é uma das causas de conflitos regionais violentos. Conforme o jornal O Globo, a expansão agrícola e urbana ao longo da última década fez com que muitas áreas indígenas fossem invadidas por terceiros. Com isso, os ataques físicos de ambos os lados elevou índice de assassinatos nessas regiões.        Em segundo lugar, cabe citar o imperativo categórico de Immanuel Kant, o qual diz que o ser humano deve agir de tal forma que os princípios de suas ações possam ser leis universais. Por outro lado, a recente transferência da responsabilidade por demarcações de territórios indígenas para o Ministério da Agricultura, não condiz com a máxima kantiana. Visto que, tal ato deixa esta minoria social subordinada aos caprichos do agronegócio. Ou seja, dificilmente os responsáveis pela expansão da pecuária e da agricultura irão aprovar demarcações em terras que lhes tragam lucro efetivo.        É mister, portanto, que a Fundação Nacional do Índio, vinculada ao ministério da justiça, intensifique a vigilância armada nos limítrofes dessas terras, a fim de intermediar as divergências entre agricultores e nativos. Essa medida reduzirá drasticamente o número de mortos e feridos nesses lugares. Ademais, é imprescindível que o Presidente da República reconsidere a mudança do Ministério encarregado pelo processo de demarcação de territórios indígenas. Isto é, que devolva tal encargo para a FUNAI, isso tornará a problemática mais parcial e irá proteger a integridade física e cultural do maior símbolo tupiniquim, o índio.