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Enviada em: 04/06/2019

A questão indígena não é um problema atual: na carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro documento histórico da colonização brasileira,ele já era retratado como alguém a ser civilizado pelo branco europeu.Hoje, embora a Constituição Federal de 1988 assegure os direitos indígenas, a desvalorização de sua cultura persiste. Isso ocorre, principalmente, pelo preconceito cultural e pela negligência estatal.  Em primeiro lugar, é valido ressaltar o preconceito cultural enraizado. De fato, o esteriótipo histórico do índio, desde a colonização, foi criado pela sobreposição da cultura branca em relação a indígena, tornando-a sem importância. Justifica-se a formação desse pensamento, à luz do conceito de "Coersão Social" do sociólogo Emile Durkheim, uma vez que essa teoria afirma que indivíduo aceita a realidade, devido a força coercitiva que a sociedade tem sobre as pessoas.Desse modo, o pensamento coletivo, de retratar o índio como inferior, reflete no indivíduo.  Em segundo lugar, é importante observar a negligência estatal, sobretudo relativo à preservação cultural. Com efeito, a demarcação de territórios, prevista na Constituição da República, garante a manutenção da diversidade e preservação da cultura indígena. Essa demarcação não ocorre de forma efetiva, uma vez que tira o lucro dos grandes produtores rurais que compõem a bancada ruralista brasileira.Para fins de ratificação, basta observar a música,"Que País é Esse", da banda Legião Urbana, que retrata essa situação: "vamos faturar um milhão, quando vendermos todas as almas dos nossos índios no leilão".  Fica evidente, portanto, que é imprescindível a valorização da cultura indígena. A escola, por meio de uma parceria com a Funai, deve substituir o dia do índio pela semana do índio, levando eles para o ambiente escolar, com o escopo de mostrarem sua cultura de forma real. Só assim, com a mudança de pensamento na base educacional, vai ser possível uma cobrança social efetiva na valorização governamental da demarcação de terras e da cultura indígena.