Materiais:
Enviada em: 22/06/2019

Indiferença, esquecimento e violência. Segundo Sêneca, filósofo estoico, todos os homens estão em posição de igualdade enquanto tais. Entretanto, o que se constata na história da humanidade são diversos confrontos decorrentes da dificuldade do homem em lidar com o diferente. O encontro dos colonizadores europeus com os nativos das terras tupiniquins, imbuído de preconceito, é um exemplo disso. Hodiernamente, a parcela indígena no país continua a receber tratamento diferenciado, evidente tanto por viverem às margens da sociedade quanto por terem seus direitos básicos negados. Logo, urge a análise desses entraves e suas consequências.   Em primeiro lugar, cabe destacar a invisibilidade dos povos indígenas na sociedade tecnologicamente desenvolvida. Tal problema se torna evidente pela abordagem praticamente nula na mídia nacional acerca desses grupos, no tocante a questões culturais e lutas por direitos básicos, como saúde e habitação. Destarte, parte da população brasileira vive alheia à realidade desses indivíduos que ficam para trás enquanto demais cidadãos avançam, fato que perpetua o estranhamento e o descaso no país, similares aos frutos do “Darwinismo Social”, teoria concebida pelo filósofo Herbert Spencer no século XIX, que julga certas culturas mais evoluídas em comparação a outras.   Em sequência, é imprescindível pontuar o esforço incessante dos indígenas na reivindicação de viverem plenamente em terras demarcadas. Nessa perspectiva, o crescimento do agronegócio e a instalação de usinas hidrelétricas, por exemplo, podem ser vistos como ameaças diretas a esse direito porque demandam extração de recursos naturais e ocupações de áreas extensas que deveriam servir como um suporte para a continuidade dos fazeres e tradições desses povos. Ademais, as batalhas travadas para garantirem um espaço no território nacional comprometem a sua integridade física, pois de acordo com relatórios da Plataforma Caci, que mapeia assassinatos contra indígenas no Brasil, mais de mil índios morreram nas últimas décadas. Diante desse panorama, é inadmissível que tal situação seja ignorada.   Sendo assim, medidas são necessárias para atenuar esses problemas. Para tanto, as escolas e universidades devem investir na frequente abordagem da cultura indígena no Brasil por intermédio de seminários abertos à comunidade, com divulgação nas mídias sociais, a fim de contribuir para que esses povos sejam adequadamente compreendidos e respeitados em todas as camadas sociais. Além disso, cabe ao Legislativo, por meio da formulação de leis, assegurar que os indígenas tenham suas causas levadas em consideração e que sejam física e culturalmente resguardados, com vistas a garantir que esses grupos possam viver em segurança e de acordo com seus costumes e valores.