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Enviada em: 23/06/2019

No Brasil, a questão dos índios não deve ser vista, hodiernamente, apenas como uma mera questão de desserviço do poder público, mas também como ingerência socioeducativa que apresenta razões inadmissíveis. Nesse sentido, é preciso assegurar a diversidade cultural e ética, além do cumprimento dos direitos civis e sociais, de modo a combater os problemas endêmicos que assolam a comunidade indígena, por conta de ausência de demarcações nas terras que milhares de tribos ocupam pelo país. Destarte, é irrefutável que ocorra uma remodelação dos projetos escolares e governamentais.    Primeiramente, deve-se salientar que mesmo sendo direito dos índios, garantido pela constituição cidadã, usufruir das terras em que habitam, o governo tem demonstrado grande descaso quanto a demarcação das terras ocupadas por esse grupo. De acordo com o censo de 2010, feito pelo IBGE, apenas 57,5% dos indígenas moram em áreas oficialmente suas. No que concerne a esse contexto, desde a invasão portuguesa ao território que hoje entendemos como Brasil, os nativos sofreram terríveis eventos, desde a tentativa dos europeus de impor sua cultura e crença, até o roubo e ocupação de terras pertencentes a eles. Em síntese, os problemas vivenciados no passado ainda se fazem persistentes na contemporaneidade, e por isso necessitam de medidas que possam mitigá-los.    Paralelo a isso, a ignorância dos brasileiros quanto a problemática é uma realidade. No que tange a isso, a carência de orientação sobre o assunto no meio escolar é uma geradora do impasse, tendo em vista que, de acordo com o pedagogo Paulo Freire, a educação é a principal responsável pela mudança da sociedade a partir de cidadãos mais cientes de seus deveres. Sem esse ensino, o país está fadado a formação de seres sem o menor senso crítico, além da visão idealizada criada sobre a etnia. Desse modo, é mister buscar, no livro Iracema, de José de Alencar, o enredo para a compreensão do que foi explanado, já que esse livro é do período romântico, o qual os personagens eram idealizados pelo olhar europeu, tendo sua cultura considerada ultrapassada e, consequentemente, necessária de mudança.    É necessário, portanto, que os atores sociais trabalhem frente a questão dos índios no Brasil. Para tanto, o poder executivo deve implementar as leis de demarcação das terras indígenas, sendo tal empreitada executada por meio de aplicação de leis já existentes na constituição de 1988, com a finalidade de garantir os direitos desses cidadãos. Ademais, o Ministério da Educação irá implantar na grade escolar o presente e o passado dos primeiros nativos brasileiros, e isso será feito por intermédio de livros educativos, escritos por autores indígenas, além de palestras e projetos de extensão, mitigando cada vez mais a esteriotipação e o preconceito, já que a história não será contada pela primeira vez sob o ponto de vista europeu, e sim dos povos que vivenciaram toda a invasão.