Materiais:
Enviada em: 24/06/2019

De maneira análoga à obra cinematográfica "O Índio Cidadão?", a nação Kaiowa e Guarani, alheia ao direito e à justiça, revela uma narrativa testemunhal do genocídio aborígene em marcha no estado do Mato Grosso do Sul. Influenciada pela colonização lusíada, fora da ficção, a vertente indígena no Brasil é constantemente subalternizada. Logo, entre os fatores que contribuem para solidificar este quadro destacam-se: os esteriótipos sociais, bem com a letargia governamental em relação às danosas atividades agropastoris.   A priori, nota-se que a personificação cultural do autóctone influencia a violação de seus direitos constitucionais. Nesse contexto, no ensaio modernista "Macunaíma, herói sem nenhum caráter", o poeta Mário de Andrade caracteriza o índio como preguiçoso, insolente e de mente ardilosa evidenciando várias estereotipagens de cunho nacional acerca dessa parcela patrícia. Consequentemente, em busca de reconhecimento e valorização cultural, diversas tribos perdem sua identidade a fim de gerar uma imagem diferente da exposta pelos meios midiáticos e difundida historicamente. Desse modo, apesar da formulação de leis protecionistas e de sua importância biográfica, essa minoria enfrenta preconceitos e obstáculos para sua afirmação territorial.    Sob outro ângulo, é notável que o agronegócio é um impasse na demarcação e respeito às terras indígenas. Consoante a este cenário, o Artigo 231 da Constituição de 1988 afirma que as terras ocupadas por esses indivíduos são alienáveis, ou seja, os íncolas podem ocupá-las, porém não as pertence. Nesse viés, diversos latifundiários apropriam-se de zonas demarcadas alegando serem da União e alheias a qualquer cidadão. Por conseguinte, tem-se diversos conflitos territoriais que, comumente, dizima grande parcela de nativos. Desse modo, medidas são necessárias para resolver a questão aborígene na contemporaneidade brasileira.   Dessarte, de acordo com o já mencionado Mário de Andrade, "o passado é lição para se meditar, não para se reproduzir". Portanto, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), como instância máxima das políticas indigenistas, deve criar estratégias midiáticas para obter a valorização do índio e findar os preconceitos criados sobre eles. Essa ação pode ser feita por meio de campanhas publicitárias e simpósios abertos ao público. Ademais, cabe ao Ministério da Justiça reformular o Artigo 231 e tantos outros de modo a indenizar os agropecuaristas que utilizam-se de terras indígenas para fins lucrativos, além de estabelecer um maior controle e segurança das demarcações e, assim, assistir essa classe social. Por fim, o respeito será assegurado e os taxados "macunaimas" vistos e tratados com equidade.