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Enviada em: 13/07/2019

A constituição Federal de 1988 garante aos indígenas o direito a terras e respeito à sua etnia. Todavia, o avanço da fronteira agrícola, ignorando as propriedades dos grandes indígenas, a consolidação de estereótipos e a hegemonia branca deslegitimam o documento promulgado. Portanto, medidas que favorecem os índios devem ser exercidas para melhorar sua situação no Brasil.       Mormente, é indubitável que a delimitação das terras indígenas é uma confirmação do reconhecimento dos direitos desse povo. Entretanto, devido a prevalência de interesses dos fazendeiros e agricultores, os quais se baseiam em um falso discurso pautado no bem coletivo, esse direito é constantemente violado. Essa perda de território modifica e prejudica a dinâmica de vida da comunidade, visto que eles dependem dos recursos naturais daquele local, resultando na inviabilização da sua sobrevivência. Isso é notado, por exemplo, na construção da usina de Belo Monte, a qual retirou a população indígena que vivia e dependia do Rio Xingu.       Ademais, é fato que na contemporaneidade a visão de um índio primitivo, idealizado na literatura romântica, ainda é constante. Dessa forma, apesar dos textos modernistas terem rompido com esse paradigma, esse olhar ainda institui os índios como indivíduos selvagens e que devem ter contato com o "homem branco" para se tornarem civilizados. Em vista disso, a grande intervenção do mundo externo na cultura indígena resultou em uma perda da identidade de muitas tribos, explicitando a não aceitação de sua pluralidade e importância para a história do país. Assim, graduadamente, ocorre uma aculturação e desaparecimento dessa diversidade cultural.       Destarte, como primeira intervenção, é imperioso que o Ministério da Educação modifique a grade curricular, do primário ao médio, inserindo nas disciplinas de ciências humanas discussões acerca das culturas indígenas, enfatizando sua pluralidade étnica e sua luta no reconhecimento dos seus direitos. Além disso, deve-se adicionar ao ensino superior disciplinas específicas sobre a língua, política, culinária e organização social dos índios para propagar a empatia e respeitá-los como cultura. Logo, o exercício da cidadania e a valorização da etnia indígena deixará de ser uma utopia no corpo social brasileiro.