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Enviada em: 15/07/2019

No “Mito da caverna” do filósofo Platão, observa-se que algumas pessoas têm uma visão adulterada da realidade. Na ótica desse pensador, esse modo de ver o mundo acontece devido à falta de acesso a informações. É plausível comparar essa representação simbólica com a invisibilidade da questão indígena no Brasil , visto que parte da sociedade apresenta uma percepção limitada acerca desse fenômeno, o que compromete a sua resolução. Diante desse quadro, é interessante analisar essa questão no Brasil.       Em primeira instância, é importante destacar que, apesar de ter sido foco da atenção de poetas românticos e modernos, o índio ainda sofre uma desvalorização. Nesse sentido, com a chegada dos portugueses na América ,a primeira missa pode ser considerada o marco inicial da catequização dos nativos, haja vista que os lusitanos acreditavam possuir uma cultura superior, desvalorizando, assim, a dos aborígenes, a qual é considerada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Brasileiro (IPHAN) um patrimônio cultural imaterial. Nesse viés, os preconceitos culturais ainda penduram na sociedade.         Em segunda instância, os nativos sofrem constantes pressões por parte de grandes fazendeiros, empreiteiras e projetos grandiosos, a razão dos interesses econômicos dos proprietários, acarreta em constantes conflitos com os índios, dado que essa instalação ocupa parte do território indígena. Nessa perspectiva, a visão capitalista de mercado tem feito dos índios um alvo, uma vez que, visando apenas o lucro, defendem a diminuição dos direitos dos indígenas, como, por exemplo, a demarcação de terras, garantidos pela Constituição de 1988. Diante disso, a questão indígena deixaria de ser invisível, já que suas reivindicações, a exemplo da demarcação de terras, seriam atendidas.         Desse modo, os indivíduos deixariam suas "cavernas" da ignorância, permitindo a resolução da questão indígena no Brasil. Logo, é dever do Governo Federal financiar, por meio de verbas governamentais, projetos de proteção aos aborígenes como a Fundação Nacional do Índio( FUNAI)- responsável por cuidar dos indígenas- a fim de amenizar o descaso sofrido por esses. Além disso, o corpo social deve respeitar, por intermédio da prática isonômica, igualdade, a cultura dos aborígenes e logo acabar com a visão que indio não é um ser humano.