Materiais:
Enviada em: 16/07/2019

A carta de Pero Vaz de Caminha, retratava a presença de um povo que, sob olhares europeus de soberania, precisava ser civilizado: os índios. Não obstante, tal questão se perpetua ao longo do tempo e ainda mostra-se presente na realidade brasileira através da visão herdada de que o índio deve ser "civilizado", ou seja, ser assimilado à cultura ocidental, se tornar um "não-índio". Diante dessa problemática, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim de garantir a dignidade do índio perante a sociedade.     Convém ressaltar, a princípio, o quanto a cultura indígena é subjugada: os índios são considerados selvagens e assim, são colocados em segundo plano. Essa mentalidade herdada dos colonizadores, contribui para a continuidade da problemática, prova disso é o fato de classificarmos, popularmente, nossa língua como oficial, enquanto a deles são dialetos. Assim como a nossa cultura é classificada como rica e civilizada, enquanto a deles é considerada folclore.      Paralelo a isso, a imperícia social vinculada ao déficit da demarcação de territórios indígenas fomenta a perpetuação do impasse. Os índios ainda precisam lutar pela terra, visto que a bancada ruralista do Brasil vem tomando terras indígenas para alocar sua atividade comercial. Segundo o filósofo Zygmunt Bauman, a lógica hipercapitalista subverteu o sentimento empático, o que causou, por consequência, menos afetos nas relações sociais. Exemplo disso, é que as tribos indígenas vêm sendo dizimadas por consequência da questão territorial e assim, são expostos a uma situação de humilhação e, desse modo, o direito a terras, assegurado constitucionalmente é prejudicado.            Em suma, faz-se imprescindível a tomada de medidas atenuantes ao entrave abordado. Posto isso, concerne ao Estado, mediante os Ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia, a criação de um plano educacional que vise elucidar a população quanto a cultura indígena e sua importância, para que assim apareça ações de apoio e valorização do índio. Ademais, o Governo em parceria com o Ministério da Justiça, deverá instaurar leis mais rígidas, com punições para aqueles que invadirem as terras indígenas por simples interesse próprio e impedir também os conflitos no campo. Dessa maneira, o índio será tratado como parte da população brasileira com direitos e deveres e não como uma categoria transitória fadada ao desaparecimento.