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Enviada em: 21/07/2019

O filme “Tainá”, de 2011, relata a história de uma jovem índia e seu avô, os quais vivem na Floresta Amazônica e tentam proteger a sua tribo de madeireiros ilegais. Nesse sentido, a narrativa foca no conflito entre indígenas e contrabandistas, além de expor os principais impasses que os nativos enfrentaram, tais como: degradação territorial, agressões e exploração trabalhista. Fora da ficção, esse cenário de desrespeito à população indígena também está presente no cotidiano brasileiro e tornou-se um problema governamental, visto que – seja pela negligência do agronegócio, ora pela ineficiência estatal – prejudica a manutenção cultural desses grupos e consolida uma estrutura social preconceituosa.       Em princípio, cabe analisar o papel negligente do agronegócio sob a visão do filósofo alemão Hans Jonas. Segundo o autor, o homem deve preocupar-se com os efeitos coletivos de suas ações e não apenas em consequências individuais. Analogamente, o setor agrícola brasileiro contradiz esse pensamento ao visar somente seu contexto individual de ganhos econômicos – o qual ultrapassa os limites das terras indígenas para a expansão de suas produções e negligencia o direito de subsistência desses indivíduos. Por consequência, esse interesse financeiro da produção rural acaba por desrespeitar o habitat das comunidades nativas e amplia conflitos territoriais cercados por violências físicas e morais.       Ademais, além do agronegócio, a ineficiência do governo também corrobora na problemática e convém ser contestada sob a perspectiva do filósofo inglês John Locke. Segundo o autor, a sociedade, em seu estado de natureza, possui o direito à vida, à liberdade e à propriedade, que devem ser preservados pelo governo. Desse forma, o atual poder público contrapõe essa ideologia ao promover poucas políticas coletivas para preservação da população indígena, as quais, frequentemente, não conseguem garantir proteção e manutenção cultural suficientes para suprir a ampla demanda de nativos. Logo, observa-se, cada vez mais, a ausência de direitos básicos aos índios, o que facilita a perda dos costumes e tradições desses povos.        Diante disso, torna-se evidente que medidas devem ser tomadas. Para isso, ONGs Ecológicas, com apoio da Fundação Nacional do Índio, devem difundir esse assunto nas áreas agrícolas, de modo a orientar as empresas sobre alternativas de promover o aumento da produção, mas que também não ultrapassem a demarcação territorial das tribos indígenas. Dessa forma, será possível diminuir a violação das terras e garantir o respeito com essas comunidades. Além disso, o governo, por meio de verbas públicas, deve ampliar programas assistencialistas com fiscalizações periódicas e fornecer proteção social aos povos nativos, a fim de assegurar a preservação cultural desses indivíduos e impedir conflitos violentos, assim como os do filme “Tainá”.